Há uma visão em crescendo que estamos perante uma teia complexa e traumatizada de oposição a João Lourenço, que não é sustentada por nenhuma ideologia, mas assenta num objetivo único, encontrar uma forma de chegar ao Poder pela via da instabilidade e insurreição que a democracia não pode permitir liberdade para que aconteça.
Há no entanto movimentações estranhas que colocam dúvidas e interpelam-nos onde estamos e para onde tudo isto nos pode levar. Se há sector do Estado que transmite alguma tranquilidade e segurança na rota do Senhor Presidente da República, são os prestigiados e competentes Serviços de Inteligência, reconhecidos internacionalmente pela sua eficácia, o que garante que as barreiras não sejam ultrapassadas sem que haja uma ação em defesa da Ordem e Legitimidade Públicas.
Para já vive-se um momento triste mas simultaneamente hilariante, como nas romarias à volta do circo há todos os entretenimentos, e na nossa oposição há para já o tiro ao boneco, o bacharel tirano mentiroso psicopata ACJ “Betinho” está em confronto com o Abel “Oportunista” Chivukuvuku, com a oligarquia déspota familiar a oferecer munições aos dois lados à espera que sucubam os dois, a arbitragem está a cargo dos plutocratas camuflados com notas de dólares saqueados.
Este entretém dá uma falsa sensação de acalmia ou regeneração, nada mais errado, é que a desvalorização que politicamente têm tido junto dos cidadãos em Angola, é equivalente à rejeição cada vez mais evidente no estrangeiro, o cerco aperta-se e o desespero pode abrir porta aos aventureiros que nada têm a perder.
A verborreia das eleições ganhas esgotou-se, a vitimização de falta de democracia é desmentida pelas própria ações por eles levadas a cabo, as autarquias já nem eles sabem se querem, e a questão da fome no território só pode ser amparada por ONG’s que nunca vieram a Angola e querem dar palpite a partir dos seus escritórios luxuosos, com ar condicionado, em Nova York, Paris ou Londres.
As províncias do Bié, Moxico, Cuando Cubango, produzem mais mel selvagem do que qualquer país europeu, é o melhor alimento do mundo, as abelhas angolanas dessas regiões são as que mais produzem a Própolis, base dos melhores antibióticos fabricados no mundo. Nas anharas do leste, quando baixam o nível das águas apanham-se centenas de toneladas de Tuqueia e Bagre que, seguidamente vão para a seca, e dá para alimentar todo ano. A região sul é toda ela rica em frutos silvestres altamente nutritivos, loengos, lômbulas, lonchas, maboques, goiabas, etc.
Vivemos uma fase de transição no País, há uma Reforma Social e Política em curso, mas temos de promover uma alteração de mentalidades e mentalizarmos-nos que temos de fazer pela vida, as facilidade anunciadas durante 40 anos foram uma arma que nos enganou, que se virou contra nós, e enquanto promovem vídeos de gente com fome, na miséria, deveriam transmitir a realidade para que o futuro seja erguido por todos, o Estado tem de gerir socialmente o país, equipá-lo com boas escolas, hospitais, estradas, promover o associativismo social, construindo piscinas, ringues, tudo quanto possa valorizar o coletivo dos cidadãos.
Estes são os caminhos que a Nova República está a percorrer, está garantido até 2027, mas Angola não pode dar-se ao luxo de não pensar na continuidade, seria trágico marcar o tempo novo com gente gasta, ferrugenta, e de triste memória, nem por uma Oposição que seria o abismo para uma Nação inteira.