No que vi, no que me foi dito, fez-me rebuscar na memória um desabafo de Iko Carreira, quando embaixador de Angola na Argélia, em que afirmava que os males, os ódios irredutíveis, a inveja, que dilacerou a luta pela libertação de Angola, perduraria enquanto fosse vivo o último ícone da fundação da nacionalidade.
As traições de Konákri, de Argel, de Brazzaville, transpuseram as fronteiras, marcaram a nossa identidade, pelo caminho tivemos o 27 de Maio e muitas purgas, que fizeram de Angola uma coutada espartilhada, onde até hoje prevaleceu o ódio e cimentou a desesperança.
Os senhores da guerra substituíram perfeitamente o colono, implantaram o medo, formaram duas faces da mesma moeda, e com armas, psicologicamente, subversivamente, ergueram a mentira que propiciou o roubo, o enriquecimento ilícito, sempre com os rostos gastos que Iko Carreira tinha preconizado.
Pensou muita gente e eu também, que a caducidade histórica abriria caminho à mudança, João Lourenço espreitou e aproveitou, o Povo acompanhou-o em 2017 e 2022, esmagadora e maioritariamente, o inimigo bélico passou a ser um arruaceiro silencioso, depois da humilhação, sem saída, vendeu-se a José Eduardo dos Santos a troco de uma vida faustosa com que nunca tinham sonhado.
Acreditou muita gente, acreditei eu também, que paulatinamente, os sinais davam-no a entender, estava a emergir uma Nova República com valores e princípios democráticos, em várias vertentes tem sido um êxito retumbante, Angola entrou o mapa do mundo, os angolanos lideram estatísticas de evolução e desenvolvimento no contexto internacional, mas Roma e Pavia não se fez num dia, e de 50 anos de governação sobraram muito poucos muito ricos, e milhões de pobre sem tostões.
O Senhor Presidente da República tem multiplicado sinais que motivam crença na Nova República, mas para contrariar aglomerou-se em torno do fantoche tirano Psicopata Adalberto Costa Júnior e do pendura Abel Chivukuvuku, uma tribo que fez do roubo e da subversão uma profissão, como Vítor Hugo Mendes e Rosado de Carvalho, que a única coisa que querem que avance em Angola é o atraso.
Entendi a Nova República como um caminho inevitável para o progresso, mas Angola não pode mais dialogar com terroristas, traidores e conspiradores, João Lourenço não tem, definitivamente interlocutores para salvar o Sistema, mas tem autoridade e a obrigação de salvar o Regime, está cada vez mais evidente que só o poderá fazer com uma Revolução Democrática.
Já não é segredo, a mensagem já chegou há gente demais para que seja guardada, a UNITA/FPU e uma parte de proscritos do MPLA, querem o Poder na rua, com a eliminação física de bastante gente como João Lourenço e Fernando Miala.
A Revolução Democrática passa pela dissolução do Parlamento, eleições constituintes, e com uma Nova Constituição termos uma Nova Política Administrativa do País, com valores republicanos e separação de Poderes, com a supervisão, até lá, por período definido, do Senhor Presidente da República enquanto Comandante Chefe das Forças Armadas.
Pela Revolução Democrática…!!!