Domingos da Cruz, ativista auto-exilado financiado pelos EUA, fez uma fala num clube do establishment lisboeta. É curioso como os portugueses, sonsos, vão abrindo espaço para estas falas subversivas…
Cruz diz que a única solução para Angola é a revolução popular, a que apela sem hesitação.
Se a análise de Cruz tem o resultado errado e catastrófico, alguns dos pressupostos em que se baseia têm razão de ser. O presente sistema não está a responder aos anseios do povo. Há uma estrutura corrupta que não foi destruída e tenta estragar todos os avanços do Presidente da República. Existe um divórcio assinalável entre uma boa parte da classe política e o povo. Há um mal-estar.
É precisamente esse mal-estar que tem de ser resolvido. E é neste ponto que divergimos de Domingos da Cruz. Uma revolução ou golpe de estado, como África tem demonstrado, mais uma vez, não resolve nada. Geralmente, piora a situação. O que é necessário é a Nova República.
50 anos depois de independência, torna-se fundamental fundar uma Nova República baseada no progresso do povo, na competência dos governantes, no bem comum, no mérito dos decisores, na participação informada.
Uma Nova República do espírito e da prática que traga o cumprimento das promessas da independência.
Não é de revolução que Angola precisa, mas de uma Nova República!