A imprensa portuguesa, actualmente, como aliás outras imprensas por esse mundo fora, deixou de ser uma imprensa objectiva, factual, imparcial, para se tornar numa mera máquina de propaganda de “causas” mais ou menos absurdas, correspondendo aos desejos de determinadas elites. É uma imprensa que não presta. Enquanto, é um assunto português, o tema fica com eles. O problema é quando querem perturbar as relações externas de Angola.
Neste momento, assiste-se a uma obsessão na imprensa portuguesa em ligar Angola à Rússia, não respeitando a política externa soberana de Luanda.
Já referimos o absurdo da LUSA se referir a um acordo anterior a 2014 entre Angola e a Rússia como o mais importante acordo africano da Rússia, como se tivesse sido assinado ontem, descontextualizando totalmente a situação.
Hoje a mesma estranha estratégia continua. A propósito da não ida de João Lourenço a uma conferência de paz na Suíça sobre a Ucrânia, a mesma imprensa portuguesa vem enfatizar que “Angola mantém uma cooperação estratégica com a Rússia desde a sua independência.” Com isto continua a colagem que está a fazer de Angola à Rússia, deturpando o actual momento das relações internacionais angolanas, que é um momento de afirmação soberana do interesse nacional e de bom relacionamento com quem tenha algo de positivo a oferecer a Angola, seja a Rússia, a China, os Estados Unidos ou a Índia.
O silêncio e falta de capacidade da Embaixada de Luanda em Lisboa em contrariar estas narrativas é proverbial, mas, mesmo assim, o Estado soberano de Angola não devia deixar passar em claro estas tentativas de desinformação e perturbação das relações externas angolanas.