O linchamento de Victor Hugo Mendes

ByTribuna

19 de Maio, 2024

Continua a decorrer de forma absurda nas redes sociais o linchamento de Victor Hugo Mendes por ter comparecido no jantar de João Lourenço com a comunidade angolana residente em Portugal.

Já no passado não muito longínquo existiu semelhante linchamento em relação a Rafael Marques por ter aceite uma medalha do Presidente da República, devido ao seu empenho no combate à corrupção. O resultado do linchamento de Marques é conhecido: teve de dar uma cambalhota e tornou-se um crítico irracional de João Lourenço, abandonando, pelo meio, o combate à corrupção. A pressão dos terroristas digitais resultou.

Não sabemos quais os resultados em relação a Victor Hugo Mendes, que aliás nunca recebeu uma medalha do Presidente e tem tido uma postura geralmente crítica em relação ao Executivo. Não sabemos se se vai acobardar, ou manter o espírito independente. Veremos.

O que estes terroristas digitais não aceitam é que alguém tenha pensamento próprio. Apenas aceitam propagandistas que debitam um discurso pré-gravado de ódio ao Presidente da República, engendrado nas centrais de intoxicação dirigidas por Isabel dos Santos, Tchizé e aliados de sempre. Quem não alinha neste discurso de ódio é imediatamente afastado e linchado em público. Não há lugar para o meio termo, para a ponderação, para a racionalidade, apenas para a violência em discurso que-esperam-levará à violência na rua, o objectivo confesso dos terroristas digitais.

Os terroristas digitais tentam acabar com as vozes do senso comum, do equilíbrio. Renovam um apelo ao sangue. Exemplo disso, além do linchamento de Victor Hugo Mendes, é a rádio do Graça que se tornou num espaço de ódio sem contraditório, sem possibilidade de argumentação.

No linchamento do Victor Hugo Mendes e na rádio do Graça temos um exemplo do que aconteceria se esta gente tomasse o poder: o totalitarismo violento e sanguinário. Isso não pode acontecer.