Cada vez mais a realidade é distinta daquilo que os media nos tentam impingir. Por acaso, estive no 25 de Abril em Lisboa e acompanhei as comemorações. Depois vi os comentários e sites da oposição e das televisões portuguesas. Nada teve a ver com nada…é preocupante.
João Lourenço fez um discurso de Estado no Centro Cultural de Belém. Conseguiu colocar Angola para além da imagem de ex-colónia, condenando a invasão da Ucrânia, o ataque terrorista a Israel e a resposta desproporcionada de Israel. Não se perdeu em lamúrias pós-coloniais. Esteve bem. No entanto, esta postura internacional e assertiva do Presidente da República foi escamoteada. O que foram as televisões portuguesas realçar? Três ou quatro manifestantes (pagos a peso de ouro) que malcriadamente foram insultar João Lourenço. Isto foi nada, não é sequer notícia, mas foi o escolhido, para dar uma impressão errada de contestação. Não é o povo que está descontente, são as elites financiadas pelo passado, que querem voltar ao passado e que criam distorções comunicacionais.
Quanto a Portugal, foi tudo algo absurdo, colocar os Chefes de Estado de África como uma espécie de meninos de escola a falar da sua carteira, enquadrados pelo Professor Marcelo, foi algo de pouco adequado. Portugal teve medo da sua comemoração, teve medo do Chega e escolheu uma forma bunkerizada de comemoração. Foi tudo demasiado asséptico. Quase a medo. Foi muito estranho de ver.