O imperativo de uma Nova República é a consciencialização de que o rumo coletivo da Nação tem de mudar, e na sua constituição ou proclamação, devem estar asseguradas as possibilidades de Pactos de Regime e credibilidade nas arbitragens.
A subversão e beligerância da UNITA, aliada ao saque do Erário Público por parte dos marimbondos, fizeram convergir para a capital e periferia uma pressão demográfica, que dilui e delapida todas as sinergias governativas.
Falta-nos um Parlamento de proximidade dos cidadãos, com deputados residentes nos seus círculos eleitorais,
Que conheçam o país, a grandeza do território, que se aprovem leis diferenciadas que incentivem a fixação do cidadão às suas raízes, que partilhe a memória, e alicerce a família como elo do desenvolvimento cultural e sócio económico.
Falta-nos uma Justiça credível, célere, prestigiada, que conquiste confiança na sua isenção, que possa ser tida com o primeiro e último pilar da democracia. Uma justiça acessível a todos os cidadãos.
A conflitualidade entre a UNITA e o MPLA tornou impossível uma reconciliação de facto, sem fronteiras, há muito que João Lourenço se posicionou acima dos Partidos que colocavam, invariavelmente, Angola num lugar remoto da história, a Nação angolana desfruta de uma prestigiada posição global que lhe abrem um sem número de oportunidades.
Mas não há governação que resista à pressão demográfica, desde a contaminação de solos e subsolos, incapacidade de resposta dos serviços públicos, emprego, produtividade, distribuição, mão de obra sub aproveitada, etc. etc.
Construíram-se milhares de habitações sem um quintal, uma horta, uma capoeira, a economia doméstica eclipsou-se, um utente que necessita de hospital tem em 4 horas em Benguela, Huambo ou Lubango, em Luanda pode demorar dias.
Com uma governação partilhada com uma Oposição responsável, construtiva, é prioridade um Pacto de Regime para criação de incentivos à descentralização demográfica, há milhares de casas vazias em todos os municípios e comunas, só depois dessa empreitada poder-se-á pensar nas autarquias e planos de investimento nacionais que reduzam assimetrias, talvez uma verdadeira Reforma Agrária, que valorize a terra e dignifique o homem.
Venha a República do Cinquentenário…!!!