Moco deu uma longa entrevista à Rádio Essencial, dizendo que não existe liberdade na comunicação social em Angola. Se assim fosse, não haveria Rádio Essencial nem Moco a dar entrevistas…Por aqui se vê a parvoíce de Moco.
Mas, o problema da fala de Moco não é esse. Trata-se de algo mais grave. Com uma linguagem de mel, fingindo ser suave e ponderado, Moco vai dizendo que não há instituições em Angola, nem parlamento, nem tribunais, nem nada. E , por isso, a única solução é uma revolução, que chama de pacífica e cristã.
Moco é cínico, uma vez que não é burro. Sabe bem que o que ele diz e o apelo que faz não passa de um convite a uma revolução violenta, sem eleições. Moco diz que o processo político está bloqueado, que não existem instituições livres e independentes, que a alternância não é possível. Se isto fosse assim, torna-se evidente que o apelo a uma revolução não é mais que o apelo a um derrube violento do regime que ele, por razões pessoais, odeia.
Então, temos aqui um problema, com palavras de mel, Moco quer derrubar sem qualquer processo institucional ou constitucional o governo. Se isto não é um apelo a uma subversão, disfarçado de cristianismo, não sei o que é. No fim do dia, Moco é um saudosista, querendo a volta de todo o sistema corrupto que imperou e desgraçou Angola.