O Graça C. como outros jornalistas/activistas do seu tempo, há muito que abandonaram o exercício da profissão com neutralidade e objectivdade para se tornarem em porta-vozes de interesses concretos, geralmente, ligados à oposição ou ao grande capital oligárquico revanchista.
Contudo, parece que Graça C. pretende trabalhar para a Presidência da República e por isso apresentou a sua candidatura pública a esse posto com um texto sobre a “agenda setting” do governo, em que apresenta piedosos conselhos aos profissionais de comunicação da presidência. Eles devem agradecer ao Graça C. os seus conselhos, e convidá-lo para fazer parte da equipa.
Entretanto, nós, que não fazemos parte de qualquer equipa, vamos explicar ao Graça C. que qualquer comunicação eficiente tem de ser plural e diversa, trazendo para a opinião pública vários temas que interessem.
Comunicação não é propaganda, mas informação alargada de temas de interesse público. É evidente que a visita de João Lourenço aos Estados Unidos marcou um ponto de viragem, mas esse ponto está feito, competindo aos decisores, empresários e todos os interessados aproveitar a oportunidade trazida pelos EUA, como já foi trazida pela China.
A vida angolana não vive de um só tema. Ao contrário, do que o Graça e outros propalam, há pluralidade, debate, crítica em Angola, e isso é bom e vai continuar. Mas, debate implica duas partes. E, sobretudo, depois das revelações de Chivukuvuku através de Agualusa sobre os assassinatos de Tito Chingunji e Wilson dos Santos, é evidente que o interesse sobre o tema recrudesceu. O retrato de Savimbi e suas atrocidades deve ser revelado, como têm sido revelados outros retratos.
É isto, e nada mais, que incomoda o Graça C. Habitue-se, a verdade vai continuar a ser revelada.