Muito facilmente, a democracia dá lugar à demagogia e à tirania. Basta haver uma manipulação efetiva, mesmo que não sofisticada, dos sentimentos e emoções da população para instaurar uma tirania em nome de valores falsos.
Em Angola, há um movimento claro nesse sentido. A abertura de João Lourenço iniciada em 2017 está a permitir a tentativa da criação duma anarquia que redundará numa nova tirania.
Um dos meios mais eficazes para a instauração da tirania é o “anel do barulho”. Atualmente, todas as iniciativas presidenciais ou do partido da maioria são imediatamente rodeadas por um “anel do barulho” a dizer mal e criticar. As forças da demagogia e da tirania conseguiram criar um sistema de satélites que rodeia as palavras e ações presidenciais apresentando tudo de forma errada e crítica.
Esta situação há muito que vai além das liberdades constitucionais. Trata-se de um abuso com intuitos revolucionários. Cada vez se torna mais evidente que para salvar a democracia têm de ser aplicadas medidas que inibam e destruam este “anel do barulho”.
Temos de lembrar que as ditaduras modernas surgiram de anéis do barulho que subverteram a democracia. Mussolini instaurou o fascismo em Itália após uma década de barulho e que o único objetivo era desacreditar as instituições democráticas, ao mesmo tempo que se candidatava às mesmas instituições. O mesmo fez Hitler na Alemanha.
Neste momento, em Angola é bem possível que só uma solução de democracia militante que proíba estes anéis possa salvar a democracia.