Quem não quer ser lobo não veste a pele, esta metamorfose já nem é nova, em tempos de não muita lonjura, noutros espaços, noutras circunstâncias, enraizaram-se hábitos, floresceram, e são a causa perene da inadaptação à transparência, liberdade e democracia.

Os ímpetos já nem ocultam numa estratégia obscurecida, o sentimento de impunidade revela-nos as verdadeiras faces de quem já não consegue esconder a sua ira, mesmo sabendo que podem sucumbir ao seu próprio veneno.

Nada acontece por acaso, a oportunidade pode perder-se no espaço e no tempo, mas a determinação no cumprimento das metas, obriga, para a sobrevivência junto dos mandantes, e vai adiando a indigência e vacuidade dos seus autores.

Falhas sucessivas na TAAG previamente anunciadas. Ferrovias sabotadas anunciadas de véspera. Acidente no porto de Luanda antes da visita de dois navios cruzeiros com milhares de turistas. Postes derrubados de transporte de energia de alta tensão. Operação concertada de permanente boicote ao novo Aeroporto de Luanda. Casos de polícia incentivados para lançar a ideia de caos no país.

O que querem os lobos? Tudo, tudo quanto lhes deixarem fazer até aprisionarem a presa, pela qual em delírio gravitam num sonho inacabado. Há quem tenha medo dos lobos, outros escondem-se atrás da oportunidade do banquete, mas também é evidente que estamos perante um animal em vias de extinção.