O Programa da UNITA

ByKuma

30 de Outubro, 2025

A ordem do dia determinada na célula pensante e mandante do Galo Negro, tem como prioridade na sua base programática governativa, retalhar Angola, fazer do nosso País um mosaico matizado de diferenças insanáveis, multiplicando fronteiras promovendo um regresso à ancestralidade como base para o desenvolvimento.

Hoje mesmo o patriarca imperador de Mbalundo, Lukamba “Miau” Gato, dá o mote para uma liquidação de Angola, contagiando África com uma multiplicação de fronteiras, como solução de todos os problemas.

Reproduzo aqui o que escreveu, admirando a sua coragem pela proclamação de um pensamento transversal na UNITA, e que até Jonas Savimbi, partilhando esse pensamento, nunca teve coragem de o dizer publicamente, mas tentou concretizar através de uma guerra civil e comunhão com Mobuto Sesse Seko, que sempre desejou tirar o Corredor do Lobito da tutela de Luanda.

Aqui vai o escrito de Lukamba “Miau” Gato:

“Quo Vadis África – A estes factores soma-se o peso histórico das fronteiras herdadas do colonialismo, traçadas sem qualquer respeito pelas realidades étnicas, culturais e linguísticas dos povos africanos. Esse legado, vindo da Conferência de Berlim de 1885, continua a alimentar rivalidades internas e conflitos de difícil resolução.

Hoje, a República Democrática do Congo, o Sudão, a Tanzânia, os Camarões e a Côte d’Ivoire representam casos paradigmáticos dessa instabilidade que ameaça a coesão do continente. Do Golfo da Guiné aos Grandes Lagos, a situação inspira sérias preocupações.”

Para quem viveu e conhece de perto como eu, sabe que isto não é nada de novo, mas está reforçada a ideia com o compromisso da Autodeterminação de Cabinda, partilhada, também, com alguns signatários de CEAST. Depois admiram-se da ausência do Senhor Presidente da República, em conferências minuciosamente preparadas para atingir objetivos ocultos comprometedores.

Mesmo na Vila Alice, em tempos idos, perante estas manifestações enraizadas, eu cheguei a propor como programa do Galo Negro, uma República Federativa, mas mesmo assim, recuariamos 50 anos por falta de quadros qualificados, concentrados na capital, seria uma catástrofe inevitável.

Cumprir este pressuposto em que a UNITA está crente em realizar, só mentes levianas e irresponsáveis, que abundam nos “Kwatchas” contemporâneos, não medem a consequência deste retrocesso civilizacional, só quem não conhece a história desconhece que as Etnias constituíram-se em guerras permanentes, empurrados pela força desde da Nigéria até ao Atlântico Sul e Índico, à exceção dos Khoisan, quase extintos na expansão oriunda do Leste. Mais tarde divididos em sub etnias como Nyanecas, Khoisan, Fátuas, Hereros e outras etnias do grupo Ambó.

É nestes fundamentos intrinsecamente enraizados na UNITA, que está a substância da impossibilidade de uma verdadeira Reconciliação Nacional, há uma divisão mental tribalista que alimenta ódio e vingança, que se refletem na permanente fustigação a João Lourenço e às instituições, fragilizando o Estado, obstaculizando o desenvolvimento, e que se manifesta num silêncio absoluto face a uma Revisão Constitucional, e à inevitável Nova República.