Não se pode confiar em instituições estrangeiras que se intitulam como ONGs para produzir relatórios correctos e imparciais sobre Angola.
Hoje vem uma Freedom House dizer que a” liberdade na internet em Angola permaneceu ameaçada enquanto o país se preparava para as eleições de agosto deste ano”. E mais disparates escreveu afirmando que “o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), mantém o controlo efetivo dos órgãos reguladores, com o Ministério das Telecomunicações a ser responsável pela supervisão do setor das tecnologias da informação e comunicação do país.” Depois mistura tudo, referindo questões de manifestações ao vivo, a televisão pública, cuja relevância online é reduzida, e mais temas que nada têm a ver com a liberdade na internet.
Esta Freedom House não é nenhum órgão imparcial e independente. Trata-se duma coisa inventada pelo governo americano na Segunda Guerra Mundial para promover os pontos de vista do país, ou melhor dizendo, de determinadas elites da América. O seu funcionamento assenta nos subsídios que dá aos activistas de cada país menos desenvolvido. Nessa medida, quanto mais barulho um activista fizer, mais dinheiro recebe destas ONGs americanas. Há aqui um ciclo vicioso de barulho-dinheiro que se expande, em vez de ser racional e imparcial. Muitas vezes os americanos que estão em Washington nem sabem o que publicam pois recebem a informação de fontes locais interessadas em exagerar para receber mais dinheiro.
É o caso deste relatório da Freedom House sobre a liberdade na internet nas eleições angolanas. O que se viu foi o oposto do que eles afirmam: houve completa liberdade na internet nas eleições. Aliás, saiu-se da liberdade para a anarquia e libertinagem. Nunca um Presidente da República foi tão insultado. As consultoras israelitas da UNITA fizeram o que quiseram nas redes sociais. Nada foi cancelado, nada foi bloqueado. Apenas depois de muito dormir o Ministério Público agiu contra os excessos de linguagem.
A questão da supervisão do Ministério é falsa. O Ministério não intervém nos conteúdos. Quem controla os conteúdos é o Facebook, o Instagram, o Whatsapp, a Google, etc. Tudo empresas americanas. Por isso, se a liberdade na internet está ameaçada não é pelo governo angolano, é pelas enormes e poderosas empresas americanas.
Quanto às manifestações, existiram às centenas. Raramente houve um incidente. A oposição percorreu todo o país fazendo grandes manifestações em liberdade.
Por tudo isto o conteúdo do relatório da Freedom House é falso, mais do que parcial, é uma grande aldrabice. Entende-se que aqueles grupelhos de activistas que actuam em Angola e vivem dos subsídios americanos tenham de exagerar os perigos, inventar ameaças à liberdade e tudo o mais, senão viveriam de quê?
No entanto, este ciclo de vigarista-activista tem de acabar. Não propomos uma tomada de posição à Putin em que estas ONGS são consideradas agentes inimigas e proibidas de operar no país, mas tem de haver uma exigência básica que é a do contraditório prévio antes da publicação de relatórios.
É um abuso colonialista publicar relatórios sobre um país sem ouvir esse país.