Como sempre confundem o acessório com o principal. Apressados, os críticos nem ouviram o discurso e começaram a dizer mal, foi uma lista estatística, não anunciou as autarquias. E por aí se fixou a crítica.
Não viram o essencial. O anúncio de um plano nacional de emprego, tão preciso e necessário para o país. Talvez o ponto mais importante do discurso. O centro das atenções das políticas públicas no bem-estar da população. Finalmente, depois de anos santistas em que o centro das atenções foi o enriquecimento ilícito de um pequeno grupo de oligarcas, temos um Presidente que se preocupa com o povo.
Estes foram os aspectos fundamentais do discurso e visão presidencial: a aposta no bem-estar da população e a criação de um plano de emprego.
Tudo isto passou ao lado duma oposição ( e a quem a imprensa estrangeira e alinhada nacional faz o frete) obcecada com as autarquias.
As autarquias serão um passo importante numa democratização cautelosa do país, mas não podem colocar em causa a sua inviolabilidade nem integridade territorial (como algumas grandes autarquias colocaram em Espanha e no Reino Unido). E também não podem servir como fragmentação do poder ou criação de contrapoderes paralisantes.
A história das autarquias por esse mundo fora não é de sucesso assegurado. É uma história, muitas vezes, de “buraco financeiro”, corrupção e entrave ao desenvolvimento. Uma história de desperdício de dinheiro, contratação das comadres, nepotismo e corrupção.
Só uma adopção inteligente e flexível das autarquias poderá trazer sucesso, caso contrário, será sinónimo de mais confusão e desperdício. O projecto autárquico tem de ser integrador das forças vivas e tradicionais do país e propulsor da sua integração, não um patamar de poder revolucionário da oposição.
Quanto às estatísticas, estas são importantes para se perceber o que tem sido feito. Num tempo em que a propaganda destrutiva alimenta as mentes, é fundamental realçar o muito que se tem alcançado. É evidente que em vez de discursos, preferíamos ver filmes e revistas coloridas com essas obras e feitos. Mas enquanto não os há, é importante ouvir da boca do Presidente da República o que se tem alcançado.
Pelo seu conteúdo, este discurso merece uma análise mais profunda, e , sobretudo, anuncia que o Presidente da República está a trabalhar para o povo e não para a imprensa estrangeira e os robots das redes sociais.