Na constelação luandense confundem-se meteoritos com estrelas, é o sonho galáctico que cedo se firma na realidade dos astros e na efemeridade da vacuidade iluminada.
Não demorou 24 horas para que, mais uma vez, se invertesse a ilusão relampejante do meteorito ACJ, que se dissipou perante a magia estratégica e democrática do Presidente da República João Lourenço. A máquina imparável da subversão, eternamente mascarada, fez crer nacional e internacionalmente que ACJ tinha cedido a uma parceria regimental com João Lourenço, mas a realidade do verdadeiro exercício da democracia desmentiu a gabarolice viciada do líder da UNITA/FPU, porque o Presidente da República recebeu todos os líderes partidários e auscultou-os a todos fora do âmbito do Conselho da República.
Nesta altura da situação política nacional pós eleitoral, onde deveria instalar-se a normalidade, ainda subsistem minudências oportunistas sem vergonha, e quando se esperava que o líder da Oposição se tivesse valorizado com o resultado honroso que obteve nas Urnas, nota um cada vez mais evidente declínio que origina um desespero que já nem os seus pares o suportam.
A guerra aberta com Tchizé dos Santos é apenas a ponta do iceberg, ilustra quanto o calculismo de um gangster pode fazer em busca de Poder, beija a mão a Deus e brinda sumptuosamente com o diabo. A traição e oportunismo são a sua identidade, diariamente se manifestam sequelas, tentou usar todos os susceptíveis ressabiados com o MPLA, mas acabou por ser usado em detrimento da UNITA, que está confrontada com uma crise de legitimidade interna.
Francisco Viana passou de financeiro e potencial gestor da Sonangol, de insolvente oculto, passou a deputado eleito.
A filha do cadastrado Raúl Dinis, foi eleita com ACJ a troco de uma campanha terrorista e caluniosa, que vomitava ódio em cada palavra proferida.
Abel Chivukuvuku que fora num passado recente um opositor aguerrido do Galo Negro, que teceu barbaridades dos kwatchas, com mestria, clandestinamente, elegeu-se e elegeu a família e os amigos para o Parlamento.
Por estas e outras, a UNITA, após reunião do seu núcleo partidário, concluiu que na sua Bancada Parlamentar de 90 deputados, tem 60 militantes do Partido, além de ter perdido identidade e dignidade e ter ficado prisioneiro de aliados estranhos que estão a pedir contas.
ACJ já perdeu o controlo do Partido, ainda aparece por omissão das bases que já se movimentam, mas até há quem espera de imediato que o líder convoque as estruturas e coloque o seu lugar à disposição.
Na corrida à sucessão posicionam-se já Adriano Sapiñala, Nelito Ékukui e Arlete Chimbinda.
Sapiñala tem o apoio importante da oligarquia déspota familiar, é filho de Samuel Chiwale, embora pertença à nova geração dos meninos da Jamba.
Ékukui carrega consigo o peso da herança nobre dos Umbundos, teve uma ascensão conjuntural em Luanda, é um belicista, e a sua eleição transformaria a UNITA numa organização ainda mais turbulenta.
Arlete tem a favor o facto de ser mulher, a LIMA tem força interna, e tem uma vivência democrática conseguida nos estudos em Bruxelas, na Bélgica, poderá ser um desafio interessante. Para Angola e o seu percurso de consolidação democrática, integridade, e estabilidade social, propícios ao desenvolvimento, ACJ fora de cena é um contributo fulcral, mas é sobretudo, uma oportunidade para a UNITA surgir de rosto limpo integrada num país rumo ao futuro.