Portugal não é exemplo para a Assembleia Nacional

ByTribuna

17 de Setembro, 2022
Lisboa, 27/06/2020 - Manifestação do CHEGA liderada por André Ventura reuniu uma multidão no percurso entre Marques de Pombal e Praça do Comércio. (Paulo Alexandrino / Global Imagens)

Os copistas da UNITA-ACJ querem fazer querer que em Portugal há a obrigação de nomear os vice-presidentes da Assembleia da República segundo regras acordadas com a oposição. Não há, e a recente legislatura portuguesa é prova disso.

Vejamos qual é a composição das actuais vice-presidências da Assembleia portuguesa: Edite Estrela, PS, Adão e Silva, PSD. Apenas duas vice-presidências, quando estão previstas quatro.
O que aconteceu foi que os indicados por outros dois partidos, Chega e Iniciativa Liberal, não tiveram os votos suficientes, 116, maioria mais um, para ser eleitos e como não tiveram essa votação, os acordos anteriores não tiveram efeito.
E em vez de quatro vice-presidentes, passaram a estar dois vice-presidentes. Todas as práticas passadas foram canceladas por voto maioritário.

A razão essencial é que se considera que o Chega é um partido que não respeita a Constituição e por isso não deve ter direito a postos institucionais, enquanto os Liberais foram vítima de uma jogada do PSD (que vem da mesma área política) para os afastar.

Em termos de respeito pela Constituição e pelas instituições a UNITA-ACJ tem tido uma postura de total deslealdade.
Primeiro, torne-se oposição leal, depois faça acordo de cavalheiros.