Opobriosos comentadores

ByKuma

29 de Agosto, 2022

Ao serviço de interesses inconfessáveis, com olhar vesgo da conveniência, com um olho no burro e outro no cigano, colam-se presunçosamente à ficção, tentando agradar a gregos e troianos.

Conhecem os hotéis de luxo de Luanda e Talatona, gabinetes e automóveis de luxo com ar condicionado, e deliciam-se em opíparos manjares e outras mordomias.

Ninguém conscientemente nega capacidade politico intelectual a Paulo Portas, eu mesmo tive vários debates com ele, e não esqueço que teve em Matosinhos, no Congresso da sua reeleição na liderança do CDS/PP a presença destacada de Isaías Samakuva e Adalberto Costa Júnior. Eu mesmo pronunciei-me nesse Congresso como Conselheiro Nacional Democrata Cristão.

Ontem, porém, depois do seu regresso de Luanda na qualidade de observador às eleições, fez um comentário na TVI, e cedeu à linha editorial do Canal que engloba a CNN Portugal, afirmou que o resultado da UNITA/FPU não é conjuntural, obedece a um crescimento que deriva da juventude mais informada, e fez uma análise sociológica descabida e enviesada da realidade angolana, não sabe, não conhece, e cedeu à pressão dos amigos, o que é desolador e indigno de um ex-governante de relevo em Portugal, e é administrador de uma das maiores empresas portuguesas em Angola, a Mota Engil acrescido de ser dirigente associativo dos industriais portugueses, muitos deles com soluções das suas crises no mercado angolano.

Simultaneamente, em coincidência mediática, o anãozinho Marques Mendes, o pigmeu que sempre foi um freteiro político, menino de recados na SIC, alinhou no mesmo diapasão dos jornalistas e paineleiros, e entendeu que a solução de Angola passaria por um Governo de Unidade Nacional. 

Angola tem a Paz e a Democracia consolidadas, em nenhuma parte do mundo civilizado e livre um Partido com maioria absoluta tem de ceder aos caprichos de uma Oposição derrotada, seria uma cedência catastrófica aos prevaricadores e desestabilizadores, seria um apunhalar mortalmente as Instituições e o Estado de Direito constantemente denegridos e ameaçados pelos conflituosos, seria abrir as portas à anarquia com consequências desastrosas.

A UNITA/FPU e ACJ/Chivukuvuku nunca mais terão a votação que atingiram conjunturalmente nestas eleições, foi a renovação e limpeza no MPLA que arrastou votos para o Galo Negro e para a abstenção, podem fazer-se Pactos de Regime pela via parlamentar para questões estruturais, a maioria qualificada para revisão constitcional é isso que interessa à UNITA, ao MPLA, através da acção governativa, cabe nos próximos 5 anos de governo recuperar com jovens qualificados o eleitorado que politica e intelectualmente não se identifica com a sistemática dependência externa de ACJ/FPU.

O abominável apelo dos Kwatchas à intervenção externa colocando em causa a dignidade do Estado e a honorabilidade das Instituições, é por si só, uma barreira intransponível de incompatibilidades insanáveis.