Juntou-se a fome com a vontade de comer. Chegam-me mensagens todos os dias, umas com lamentações, outras com ameaças, outras tentando menosprezar-me, não importa, até 1992 dei tudo de mim à UNITA, fui ferveroso militante e militar, mas entendi que após Bicesse não havia mais lugar ao belicismo, a luta seria e deveria ser eminentemente política, mesmo com contrariedades e imperfeições decorrente da situação vigente de então.
No meu tempo, depois da Ulha, foi a Cela comandada pelo então capitão Cussya, pelo Muzuri, e fui para Porto Amboim, tive como adversários nomes sonantes do MPLA, ninguém esquece o Sabalo, o Gonzaga e o comandante Saúde, com eles sempre convivi em busca de caminhos para a Angola dos nossos sonhos.
Afastei-me, vi-me embrulhado num manto de traições, sabotagens, vinganças, e arbitrariedades e prepotências inaceitáveis, e só havia mordomias para a oligarquia familiar.
Previ o descalabro em 1992, a arrogância de Salupeto Pena, a postura dos militares das FALA, e o ruído da vitória antecipada, deu fatalmente em desgraça, o Estado, não importa a sua sensibilidade, a partir do momento em que se sente ameaçado, reage com veemência em busca de soluções de males menores.
Derrotada militarmente em 2002, humilhada politicamente, sobreviveu à misericórdia de José Eduardo dos Santos e do MPLA, que viabilizou a preço elevado uma solução democrática. Todavia os erros foram-se somando, as lutas internas fragmentaram sempre o Galo Negro, até que as lutas instestinas deram lugar aos oportunistas ao serviço dos interesses que sempre alimentaram a guerra.
Hoje temos uma UNITA/FPU dependente de interesses antagónicos com fins coincidentes, Abel “Totozinho” Chivukuvuku que ainda há cinco anos combatia a UNITA dizendo cobras e lagartos dos Kwatchas, e que agora ao serviço da CIA defende os interesses americanos numa Cabinda independente.
Simultaneamente temos o oportunista-mor ACJ “Bétinho” apoiado na bengala do capataz Lukamba “Miau” Gato e na capacidade promocional da Igreja Católica, a disparar em tudo que gravita em volta de João Lourenço, vomita ódio, cega-se na alucinação, e lançando uma campanha de fanatismo tipo religioso, abre espaço para a Rainha da esquizofrenia, Tchizé dos Santos, endeusada pela onda reacionária onde vegetam os oportunistas, dissidentes e ressabiados da lista de indigentes nacionais.
Os truques de vitimização já não enganam, as dependências já não se escondem, geradores e outras justificações de vitimização, muito repetidas, são tidas como incompetência, mais graves vinda de quem quer governar um país.
O casamento idiossincrático entre ACJ “Bétinho” e Tchizé “Esquizofrénica” dos Santos, é a união perfeita de um destino comum, aproveita a UNITA/FPU para objetivos pessoais, mas é o exaltar de um assumo de hipocrisia ilimitado, um hino à ganância e ao narcisismo que cega e enlouquece.