O divertimento à custa dos outros com a agravante da mentira tem consequências trágicas. A fábula Pedro e o Lobo, de Esopo, ensina uma importante lição.
Pedro, um pastor, tanto brinca com mentiras, que já ninguém o leva a sério e acaba por sofrer consequências más.
Era uma vez um jovem chamado Pedro que era pastor. O seu trabalho era tomar conta do seu rebanho de ovelhas enquanto pastavam.
Um dia resolveu inventar. Desatou a gritar:
– Lobo, lobo, socorro, está aqui um lobo!
Lá em baixo, na aldeia, todos ouviram a gritaria e rapidamente desataram a correr para ajudar o Pedro a afugentar o lobo. No entanto, quando chegaram lá não havia lobo nenhum.
O Pedro fartou-se de rir ao ver o ar dos aldeões vermelhos de tanto correrem com a preocupação. Quem não achou piada nenhuma à brincadeira foram os aldeões que ficaram muito chateados ao perceber que era um falso alarme. Posto isto viraram costas e foram embora.
Uns dias mais tarde, o Pedro resolveu repetir a brincadeira para ver se os aldeões voltavam a cair na partida.
Desatou então a gritar:
– Lobo, lobo, socorro, está aqui um lobo!
Os aldeões nem pensaram duas vezes e correram para ajudar o Pedro. Mas, mais uma vez mas não havia lobo nenhum. O Pedro desatou a rir e os aldeões desta vez ficaram mais chateados ainda e foram embora a barafustar.
Passados uns dias ouviu-se em toda a aldeia o Pedro a gritar:
– Lobo, lobo, socorro, está aqui um lobo!
Desta vez os aldeões olharam uns para os outros e encolheram os ombros. Como não queriam ser enganados mais uma vez, deixaram-se ficar nas suas tarefas na aldeia e ignoraram os gritos do Pedro.
O Pedro continuou a gritar. Acontece que desta vez era mesmo um lobo que estava a atacar as ovelhas. E ninguém ligou a Pedro.
Então Pedro percebeu que com coisas sérias não se deve brincar para sermos levados a sério quando for necessário.
Esta fábula aplica-se às invocações constantes da Unita-ACJ sobre a fraude nas eleições. Todos os dias inventam uma fraude e gritam: Fraude. Depois vem-se a perceber que não é assim.
E um dia, se houvesse fraude-que não vai haver- ninguém já ligaria à Unita-ACJ depois de tantos gritos falsos.
A Unita-ACJ deve abandonar as mentiras e a tentativa de tirar legitimidade às eleições e adoptar uma postura constitucional e não destrutiva.