Medo: as perseguições na UNITA

ByTribuna

27 de Junho, 2022

Falam de governos inclusivos e abrangência da sociedade civil, mas como se viu com as listas, não passa de conversa para encantar tolos.
A verdade é uma, e só uma: a Unita é um caldeirão de intolerância e perseguição. Há que ter medo e não dormir. Eles já se sentem com força para perseguir e expulsar militantes. O que aconteceria se tivessem mais poder? Um desastre.
Há poucos dias Demétrio Tulumba Kokelo e Rafael Mukanda, membros do partido viram instaurados um processo disciplinar e decretada a sua suspensão da Unita pelo Conselho de Jurisdição da Unita presidido por Pedro Cangombe, o inquisidor-mor da Unita.
Agora é assim: quem discorda do suposto líder é expulso. Não há lugar para discordância, discussão, ou liberdade de expressão na Unita.
Vejam-se os fundamentos do processo disciplinar e suspensão para verificar o grau de intolerância a que chegou a Unita.
Demétrio Kokelo e Rafael Mukanda são disciplinados por:
“1-Reiteradas abordagens de assuntos internos do Partido em hasta pública, designadamente: órgãos de comunicação social e redes sociais;
2-Continuada participação nos debates apologéticos que contrariam a linha política, disciplina partidária, e os deveres dos membros da Unita”
Não é preciso ser jurista para perceber que temos aqui uma ofensa grave à liberdade de expressão garantida pelo artigo 40.º da Constituição.
Querem proibir os militantes de falar na comunicação social. Obviamente, que este fundamento é inconstitucional e uma grave violação dos direitos fundamentais.
Aqueles que enchem as redes sociais com declarações de amor aos direitos humanos não falam agora? Só falam quando é o lado deles?
O que a Unita diz para expulsar os seus membros, é que eles não podem falar à comunicação social e não podem discordar do seu suposto líder.
Isto é inconstitucional, ilegal, e uma ofensa ao caminho democrático de Angola.
A Unita está a impôr já uma ditadura de pensamento único no seu seio. Depois, seguirá o país.
O caso de Demétrio Kokelo e Rafael Mukanda assusta por ser um símbolo de intolerância e desrespeito pela Constituição por parte da Unita.