Desde o regresso de ACJ “Bétinho” a Luanda, após a sua sumptuosa viagem mercantil, instalou-se no SOVISMO um mal-estar revelador de desespero, descrença, desconfiança, com acusações generalizadas demonstrando medo, incertezas, e aflorando antagonismos, contrastando com a arrogância embandeirada pelos diversos protagonistas do Galo Negro.
Esta estranheza causou perplexidade aos mais atentos, e sabe-se hoje que, Isabel dos Santos começou a distanciar-se de ACJ “Bétinho” e da UNITA, a conselho dos seus principais conselheiros, e segundo uma sua próxima assessora, por outro motivo mais grave.
Dado o claro prestígio crescente de João Lourenço na cena internacional, que confere uma visão de Angola nunca tida globalmente, com reconhecimento nos Estados Unidos, União Europeia, China, Índia, Rússia, Japão, Coreia do Sul, Canadá e Emirados Árabes Unidos, e prestigiada junto de instituições como a ONU, FMI, Banco Mundial, UA, SADC, todos os próximos de Isabel dos Santos, por unanimidade aconselharam-na a deixar cair ACJ “Bétinho” e a UNITA, por falta de consistência política, e pela vacuidade da sua ação, ou inação. Poderá já estar em curso uma aproximação ao MPLA e a João Lourenço, disso mesmo deu conta Manuel Rui Monteiro no seu último escrito no Jornal de Angola, e para o qual contribui significativamente a recente nomeação do angolano de Camacupa Costa e Silva, para ministro de economia de Portugal, um antigo quadro da Sonangol e militante do MPLA.
Mas o que apressou o distanciamento pessoal em relação a ACJ “Bétinho” foi a investida repetida sentimental, um abuso de confiança, que o néscio nubívago líder da UNITA intentou junto de Isabel dos Santos, confundindo estratégia política com hipotética fragilidade afetiva, e como sempre não soube reduzir-se à sua insignificância.
No final de semana, depois de promessas mirabolantes de fundos até para fogo de artifício, fora comunicado a todas as delegações da UNITA, incluindo a diáspora, que não haverá fundos para campanha, e justifica com bloqueamento de contas bancárias por parte do Governo, apelando mais uma vez à vitimização.
Nas múltiplas facções do Galo Negro, o medo instalou-se pela falta de chão, Isabel dos Santos já não atende o telefone satélite, e a primeira grande vítima da desgraça é Abel Chivukuvuku e a FPU, é uma nado morto sem recuperação, uma aventura que foi para as calendas gregas.
O comando belicista francófono liderado por Lukamba “Miau” Gato logo disseminou uma nova estratégia que lhes está no ADN, lançaram para as redes sociais e enviaram para as redações dos jornais uma Falsa Sondagem, ignorada por falta de sustentação científica, mas não se pode pedir mais a um auto-promovido general com o ciclo preparatório feito na Mocidade Portuguesa.
Esta realidade torna-se perigosa pelo desespero descontrolado que atinge vários nichos subversivos, sem cultura democrática, facilmente resvalam para a base racista e separatista, e agora que a realidade bate à porta e observadores atentos dão conta da dificuldade da UNITA em manter os atuais deputados na Assembleia Nacional, o momento crucial das listas vai uma vez mais trazer os ódios de estimação nos kwatchas.
Não é, nunca foi, fácil governar com uma herança pesada e uma oposição caracterizada traição, João Lourenço deve atravessar a tempestade, mas tem de ser agora magnânimo e determinado, dialogar com base nos interesses de Angola, mesmo com os mais improváveis, e estancar todos os factores de desestabilização que obstaculizem o desenvolvimento sustentável que ele soube ministrar no seu primeiro mandato.