O Que Move Fátima…???

ByKuma

2 de Fevereiro, 2022

De repente numa conjugação de acontecimentos nefastos para Angola protagonizados pela UNITA e ACJ, surge no palco iluminado estranhamente Fátima Roque. Silenciada depois do descalabro do BANIF, abalada na zanga com as filhas que afinal parece ter sido uma simulação, parecia ter decidido parar e distanciar-se da subversão de 1992.

Afinal, cumprindo o determinismo do ADN da UNITA, surge ativamente uma das filhas como herdeira do combate ao MPLA, com a mãe a pintar escandalosamente um oásis na Jamba e no espaço do medo do Galo Negro, e a filha como vidente a anunciar a vitória da UNITA face à caducidade do MPLA, que generosamente, perante a solidariedade protagonizada por Mário Soares como Presidente da República Portuguesa, salvou a prisioneira em Luanda.

A queda do BANIF deu-se com o desaparecimento de Horácio Roque e a morte de Jonas Savimbi, ambos com ligação à Extrema Direita “nazi” sul africana, que se projeta nos meandros por onde navega ACJ na sua permanente agressão a Angola, cada vez mais evidente.

Nas fogueiras do oásis de Fátima Roque, queimaram-se pessoas angolanas, no território de sonho da senhora, Angola herdou um somatório de escombros e um Caminho de Ferro vital para a economia, completamente desfeito e paralisado. Do Estado a que Fátima Roque pertenceu, sobram viúvas, jovens violadas, mães precoces, famílias desfeitas, e eu próprio tive o meu avô materno assassinado a pontapé pelos selvagens militares da UNITA. É revoltante!!!

O oportunismo é a palavra de ordem na estratégia que Nélito Ékukui propaga com fervor em Luanda, e Fátima Roque surgiu a felicitar António Costa e o PS, depois de ver o eterno parceiro CDS excluído do Parlamento. A solidariedade ultrapassa a sensibilidade partidária, ela agita-se em grupo transversal de interesses, basta estar atento às movimentações para observar a ansiedade de retomar o saque em Angola, e por coincidência, numa altura em que o petróleo assume relevo internacional.

Abel Chivukuvuku está em Paris, mas é em Lisboa que começa a centrar-se o comité de ação diplomática da clandestinidade, as múmias ressuscitaram, o envolvimento crescente dos membros da “Intifada” de 1992 vão aparecendo a dar bitaites, ACJ irá debitar no seu regresso a Luanda perspetivas mirabolantes, Isabel dos Santos e seus colaboradores ficam nos bastidores, Paulo Gato e Kamalata Numa continuam na mobilização.

Ironia, o “Pinóquio Bétinho” que tanto fala em cidadania e transparência, viu ontem o Presidente João Lourenço vir publicamente anunciar uma conversa com o Presidente de Israel, numa relação Estado a Estado, com elevação e sentido de estadista que não está ao alcance de ACJ.