Verdades económicas e mentiras dos economistas

ByTribuna

18 de Janeiro, 2022

Uma espécie de loucura mansa apoderou-se das análises económicas que actualmente aparecem sobre Angola. Não são análises económicas, mas desejos políticos de catástrofe.

Foi chocante ler o último artigo de Alves da Rocha no jornal Expansão de 15 de Janeiro passado. O economista da Universidade Católica descrevia a economia angolana como “desemprego, inflação, recessão social, fome e pobreza, um verdadeiro cocktail explosivo a que se deve juntar a falta de transparência.”

Este é um exemplo da manipulação que alguns economistas fazem da opinião pública angolana, esquecendo os avanços que têm sido registados nos últimos tempos. Há um caminho a ser feito. Um caminho que tinha de ser feito, depois do afundanço das políticas económicas anteriores a 2017. É evidente que esse caminho importa sacrifícios e teve pela frente além das políticas de austeridade do FMI, o impacto da Covid-19. Mas existe já uma luz e progressos têm sido alcançados.

RECOMEÇA O CRESCIMENTO

Em primeiro lugar, o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola aumentou 0,8 por cento no terceiro trimestre de 2021, interrompendo nove trimestres de quedas sucessivas, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano. De acordo com a Folha de Informação Rápida referente às Contas Nacionais do III trimestre de 2021, o PIB angolano cresceu 0,5% entre o II e o III trimestre de 2021, considerando o ajustamento sazonal, e 0,8% em termos homólogos.

Finalmente, a economia começa a sair da recessão e a dar os primeiros sinais de animação. Isto é bom!

MAIS RECEITAS DOS IMPOSTOS

Em segundo lugar, o Ministério das Finanças anunciou que a receita fiscal cresceu 45,6% em 2021, com maior contribuição da receita fiscal não petrolífera, sendo que o Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA), o Imposto sobre Rendimento de Trabalho (IRT) e o imposto Industrial foram os principais impulsionadores.

No ano em causa a arrecadação de receita fiscal ultrapassou, em 23%, a meta inicialmente projectada no Orçamento Geral do Estado, com um crescimento do número de contribuintes de 7,8% face a 2020, superior em 1,4 pontos percentuais à meta estabelecida de 5%.

De salientar que, o ano terminou com um cadastro de 6,2 milhões de contribuintes e uma receita de 9,9 biliões Kz, um salto de 45,6% em comparação com os 6,8 biliões Kz arrecadados em 2020.

Isto quer dizer, que os impostos são já o grande financiador do Estado, começando a acabar a excessiva dependência do petróleo. Tal é uma boa notícia em termos de diversificação e também politicamente. Agora o financiamento do Estado depende das pessoas e não dum recurso natural sem vida. O que quer dizer é que forçosamente o povo fica no centro da política.

MAIS INVESTIMENTO ESTRANGEIRO

Finalmente, a terceira boa notícia é noticiada pelo mesmo Expansão, onde Alves da Rocha faz de carpideira. Angola captou 1.716,5 milhões USD em investimento directo estrangeiro fora do sector petrolífero durante a era de João Lourenço, o que representa um aumento de 34% face aos 1.282,0 milhões USD de investimento estrangeiro que entraram no País durante a última legislatura de José Eduardo dos Santos.

Mais um sinal fantástico da boa aposta de João Lourenço.

Há que começar a ver os números e os resultados das políticas e a abandonar os profetas da desgraça.