Em busca da convergência fatal

ByKuma

15 de Janeiro, 2022

Adalberto Costa Júnior chegou a Portugal com os acontecimentos do dia 10 de Janeiro em Luanda na bagagem, à sua maneira reuniu num hotel de Lisboa com apoiantes e mandatários das prioridades da Intifada popular, e de seguida foi a um canal de televisão, fazer a sua campanha de apaziguador democrático, próprio dos tradicionais líderes revolucionários.

Hoje mesmo inicia uma ronda por capitais europeias levando a mensagem da urgência da mudança, vai encontrar-se com Tchizé dos Santos, vai reunir com um ex-comandante da Legião Estrangeira Francesa, e traz na sebenta um dado novo, uma lista de nomes de ilustres militantes do MPLA que diz estarem com a UNITA e a FPU.

A megalomania do tirano atingiu tal ponto de delírio, que aponta para um Processo Revolucionário em África, tendo Angola como modelo de inspiração, tendo como objectivo congregar em torno da sua liderança, todas as oposições regionais para actuação em cascata. No discurso ao jantar falou de um MPLA fragmentado, caduco, e de João Lourenço capturado por um grupo de resistentes que vai perdendo peso no Governo.

Culpabiliza o MPLA e Bento Bento pelo acontecido em Benfica e do ataque ao autocarro, e que a UNITA soube de véspera, avisou as autoridades, e a Polícia Nacional não agiu.

Mas mesmo em jantares da servidão, há sempre uma voz que se não cala e não deixa insultar a sua inteligência, e ao indagar ACJ, deixou-o atrapalhado;

Um convidado interpelou o líder da UNITA pelo facto de afirmarem laxismo da Polícia Nacional, quando afinal tinham sido detidos 17 arruaceiros durante os acontecimentos?

O facto de no sábado antes dos atentados, na Rádio Despertar, com a participação de um sindicalista dos Táxis, terem sido tecidos insultos inadmissíveis ao Presidente da República e lançados apelos à insurreição popular?

O acolhimento na UNITA de activistas desordenados, incontroláveis, sustentadores de um terrorismo permanente, e que até fizeram gala no Congresso do Galo Negro que o elegeu?

Como explica o que é público e notório, o financiamento de Isabel dos Santos, o apoio de Tchizé dos Santos, e a colaboração dos marimbondos, havendo uma célula militar liderada por Kamalata Numa e o general Zé Maria, homem forte de Eduardo dos Santos?

Iremos estar atentos aos próximos dias de ACJ e seus interlocutores, na agenda não consta nenhum encontro oficial de Estado, é uma diplomacia rasteira, subterrânea, com forças ocultas com acções obscuras, onde se movem lideranças hediondas sem respeito pela Lei e pela dignidade da vida humana.

Também por um operacional soube que engrossa o contingente de desmobilizados concentrados no Caxito e no Matadouro no Ramiros, é gente fatigada, perdida, que facilmente é lançada em aventuras. Esta mistura explosiva fora de controlo, é um perigo iminente que urge estancar, a percepção de instabilidade está a levar uma fuga de quadros qualificados em direcção à Europa, deixando Angola mais pobre e com o trilho do desenvolvimento mais dificultado.

Até quando…???