A mensagem de Ano Novo de Adalberto e os motins em Luanda

ByTribuna

14 de Janeiro, 2022

(Adaptado de Artur Queiroz “Direcção da UNITA e Guerra Total”)

Em Lisboa fizeram uma mensagem de Ano Novo a Adalberto da Costa Júnior tipo “programa

eleitoral”. Para ele tirar o que lhe interessasse e divulgar. Sabem o que fez este grande político?

Atirou com 3.532 palavras à cara dos jornalistas e dos dirigentes internos da UNITA (disfarces)

que tiveram a paciência de ouvi-lo. São 22 000 caracteres e 41 parágrafos! Isto é normal

numa mensagem de Ano Novo? Impressa no Jornal de Angola dava quatro páginas compactas,

sem fotos nem entretítulos!

O homem quer é despachar as ordens da direcção da UNITA. No fim ele não se esquece da

fórmula de Washington, que Deus abençoe Angola. Mas o que verdadeiramente contou foi

este parágrafo: “O cidadão é quem decide o seu futuro. Não é o Partido que governa. O

poder de decidir é seu. É do povo e hoje o povo cresceu e por isso a manipulação também

crescente da comunicação social pública! Vamos todos dizer basta! Se necessário vamos sair

à rua e defender os nossos interesses”.

Sabem o que deu este parágrafo. Um autocarro incendiado, instalações do MPLA vandalizadas, cidadãos ameaçados e agredidos por não aderirem à barbárie. Sabem quando viste algo assim? No dia 27 de Maio de 1977. Nessa altura também a direcção externa dos fraccionistas deu ordens para matar.

A Irmandade Africâner e os restos do colonialismo, fortíssimos economicamente, agrupados na

extrema-direita reinante e disfarçada de centrista e socialista querem a “guerra total” em

Angola.

Hoje começou o primeiro assalto. E isto, não é uma brincadeira de crianças. Já perceberam por que razão o Presidente João Lourenço ficou feliz pelo regresso de Isaías Samakuva ao Conselho de Estado. Porque ele é a garantia da recusa da guerra total em Angola.

Sabem onde começou esta segunda-feira? Na Rádio Despertar, programa IN final da semana

passada. Um locutor histérico chamava barata tonta ao Presidente da República e instigava os militantes da UNITA a fazerem o que fizeram hoje.

No final do festival de insultos, ameaças e ataques ao regime democrático, apareceu o

presidente de uma associação de taxistas dizendo que “segunda-feira lá estamos”.

A Rádio Despertar que foi o motor dos acontecimentos de hoje, dia 10 de Janeiro, não merece nem uma palavrinha de condenação? Estamos conversados.