A ignorância é atrevida e ainda não se percebeu se o jornalista Nelson que anda a dizer disparates sobre a privatização do BCI é ignorante, atrevido, ou um mero porta-voz malicioso de interesses inconfessáveis criminosos.
Diz esta pessoa, e outros apressaram-se a fazer eco, que o BCI foi privatizado por um preço absurdo baixo (16,5 mil milhões de kwanzas) quando o seu activo é de 467 mil milhões de kwanzas.
Com este número, o Nelson tenta enganar as pessoas, mas isto é uma burrice completa.
Em lado nenhum do mundo, o activo define o valor duma companhia.
Ao activo tem de se diminuir o passivo, ver os capitais próprios e os resultados líquidos. E no caso de um banco ainda tem de se aferir a qualidade do activo (podem ser empréstimos que não se vão cobrar) e as imparidades (desvalorização do património hipotecado). Portanto, a comparação dos 467 mil milhões com 16 mil milhões é extremamente errada e maliciosa.
Vamos só reparar nas contas do II trimestre de 2021 do banco, que estão públicas no site.
O activo bruto era de 526 mil milhões de kwanzas. Já o passivo era de 499 mil milhões de kwanzas. Facilmente se vê que o diferencial entre activo e passivo ou dito simplesmente créditos e débitos é de 27 mil milhões. Seria difícil valorizar o banco acima disto.
Os capitais próprios são de 27 mil milhões e a margem financeira é de 16 mil milhões de kwanzas. Finalmente, o resultado líquido é de uns meros 700 milhões de kwanzas.
Facilmente se vê que foi oferecido 22 vezes mais do que o resultado líquido. Generoso até.
Em países como Portugal, o Estado teve por vezes que pagar aos compradores das privatizações para ficarem com bancos. Aqui isso não aconteceu. Dever-se-ia aplaudir esta operação em vez de forma extremamente maliciosa se lançarem mentiras para a opinião pública.
O chamado jornalista Nelson devia ser processado criminalmente por mentir descaradamente e difamar empresas e pessoas. Não pode valer tudo.