A confusão e a desunião da UNITA estão instaladas. O circo, quase diário da UNITA é cada vez mais palpável. Não adianta estar sempre a divulgar que existe unanimidade e concordância em relação à liderança de Adalberto.
O áudio que vazou sobre o discurso de Isaías Samakuva demonstra claramente falta de articulação e desunião entre os antigos da UNITA representados por Samakuva e os actuais “meninos bonitos” de ACJ. Isto é mais do que um conflito de gerações.
Os anciãos do Galo Negro, através do seu ex-líder, Isaías Samakuva alertaram para o erro estratégico de ignorarem a questão da dupla nacionalidade de Adalberto, seja de documentos ou normas, preferindo seguir uma via de procurar “atropelar” tudo e todos. A sofreguidão pelo poder tem destas coisas.
No caso concreto do áudio, Samakuva estava a referir-se à dupla nacionalidade de ACJ. O documento sempre existiu, e ao ter havido uma ocultação do mesmo, isso acabou por despoletar a trapalhada toda que se sabe. Samakuva denunciou que o ignoraram completamente em todo o processo. Nunca tiveram a sensatez de o consultar, principalmente levando em consideração que quem sabia de todos os processos e meandros era o próprio Samakuva.
Nesse ínterim, segundo as palavras do mesmo, as coisas foram-se complicando, não mostraram o documento, não falaram com ele sobre o que realmente importava, em suma, não deram ouvidos aos mais velhos. O conflito de gerações, ignorar a voz da experiência estava bem patente neste episódio. Os mais novos não falavam com os mais velhos.
No final das contas, chega-se à conclusão de que Isaías Samakuva denuncia um aparelho partidário que faz um jogo escondido sem qualquer tipo de escrúpulo, não respeitando nem opositores externos, nem os cotas do Galo Negro.