Foi anunciado que a Comissão Política da UNITA decidiu suspender preventivamente os militantes que recorreram o Tribunal Constitucional (TC) para inviabilizar a data do congresso do partido.
Não há maior sinónimo de intolerância e abuso de poder do que este. Quem discorda é imediatamente afastado. Vê-se que a cultura da UNITA é uma cultura de ditadura que convive mal com a troca de opiniões e o desafio judicial. Querem impôr a sua vontade com barulho e pancada.
Se fosse o partido do governo a tomar esta decisão, os activistas de sofá que se excitam nas redes sociais já andariam aos berros a chorar pela democracia e direitos humanos e a exigir a intervenção da Quinta Esquadra norte-americana liderada pelo Presidente Biden para obrigar o MPLA a readmitir os militantes suspensos. A gritaria seria insuportável. Os articulistas do costume desdobrar-se-iam em lágrimas de repúdio.
Ora tratando-se da UNITA a suspender militantes o que se ouve é o silêncio. Ninguém grita, ninguém vê a democracia ameaçada, quando na verdade está mesmo.
Qualquer avanço da UNITA será uma vitória do radicalismo, do tribalismo e da intolerância. Muito cuidado.
Exija-se coerência aos barulhentos.