O galo depenado

ByKuma

25 de Outubro, 2021

Apregoar falta de fundos para a realização do XIII Congresso da UNITA é a forma seletiva de barrar os delegados que, na análise dos extremistas podem suscitar dúvidas na aclamação de ACJ na liderança. Este fundamentalismo é uma herança de tempos idos da ditadura implacável de Jonas Savimbi, em vida nunca ninguém insinuou disputar-lhe a liderança, e os que insinuaram desacordo foram fuzilados com as suas famílias para que não houvesse fantasmas a tirar o sono ao chefe.

Hoje de forma mais sofisticada, mesmo assim descarada, Samakuva está condicionado pelo medo, e se não cumprisse o determinismo vigente, poderia seguir os caminhos de Wilson dos Santos, Tito Tchingunji e Jorge Sangumba, sorte igual tiveram os generais Fumo e Bock no lapso de tempo em que o general Paulo Lukamba Gato tomou a UNITA de assalto.

A propaganda dos kwatchas e marimbondos lançada na rua e a inevitabilidade do assalto ao Poder, membros do Corpo Diplomático acreditado em Luanda em consonância com alguns líderes africanos, interrogam-se o que seria do MPLA e dos seus dirigentes se a UNITA tivesse o Governo e sofresse o assédio subversivo que tem sido tolerado por João Lourenço?

Perante indicadores positivos sobre a economia e desenvolvimento, com vários investimentos de monta em perspetiva (as obras da refinaria de Cabinda vão a bom ritmo), as privatizações têm sido concorridas, o mundo político interroga-se quanto tempo mais o MPLA e o Governo vão tolerar este quadro negro que atenta permanentemente o Estado de Direito.

A evidente inexperiência de ACJ/FPU e todos os seus lacaios analfabetos funcionais, mostra total desconhecimento do esforço necessário para implantar um Estado, dar credibilidade às suas instituições, e estabelecer regras de sã convivência democrática, com recursos internacionais temos os falhanços do Iraque, do Líbano, da Palestina, da Guiné Bissau, e o inferno dos povos do Mali, da Nigéria e da Birmânia, mas tudo isto passa ao lado da cegueira da UNITA/FPU.

Agora vamos assistir ao recrudescer de ações contra João Lourenço no plano internacional, para isso não faltam fundos, a mobilização já começou, mas a adesão parece não corresponder à expetativa. João Soares já nada conta em Portugal, Yves Loiseaux em França não acredita em ACJ, e como é sabido Ernesto Mulato foi expulso da Alemanha, restam Jardo Muekália em Washington e Alcides Sakala que decidiu dedicar-se por inteiro à sua atividade letiva.

Mihaela Webba, definitivamente jamais será algo mais importante do que deputada na UNITA, são demasiados ódios de estimação, emergem do pântano Navita, Ékukui, Liberty, Sapiñala, que fluem como assalariados de luxo convertidos pelo deslumbramento da capital, mas disfarçados ignorantes do passado comprometedor do Galo Negro, lançam slogans do Mais Velho, vivem da epopeia das mentiras, mas nenhum deles tem vivência ou referências político filosóficas que os identifiquem, o diploma é falar mal do governo e denegrir João Lourenço.