O FMI através do seu director do departamento africano Adebe Aemro Selassie, teceu rasgados elogios ao país, e salientou que ‘é preciso dar crédito’ por Angola não se desviar das políticas económicas preconizadas pela organização económica, apesar de todas as contrariedades que têm surgido no contexto internacional, designadamente o terrível custo que a pandemia tem acarretado para todos e a queda do preço do petróleo no último ano e meio.
Selassie destacou que o Executivo angolano, apesar de não conseguir evitar a recessão económica pelo sexto ano consecutivo, continua a desenvolver as reformas, e fruto disso está a “conseguir ultrapassar as dificuldades, dando passos significativos para reduzir os desequilíbrios macroeconómicos e posicionar o país para beneficiar da recuperação do preço do petróleo”.
Foi reforçada também a ideia de que se a pandemia se desvanecer e a economia mundial continuar na senda da recuperação, Angola vai colher todos os frutos que tem vindo a semear, ou seja, irá beneficiar de todas as reformas que têm sido implementadas nos últimos dois anos, inclusive a melhoria da transparência das finanças públicas e no sector financeiro.
Todo este reconhecimento do esforço desenvolvido pelo Governo angolano surge após a apresentação por parte do FMI do relatório sobre as Perspectivas Económicas para a África Subsariana. Neste documento, a organização internacional sustenta que a melhoria das previsões para esta região resulta da melhoria das condições internacionais, o que indica que a região continua altamente vulnerável a mudanças na perspectiva global, onde os dois principais riscos são a inflação nos Estados Unidos e a possibilidade de a covid-19 se tornar endémica, como a gripe”.
Perante este cenário, o FMI argumenta que os decisores políticos africanos enfrentam três grandes desafios: lidar com as necessidades prementes de despesa para o desenvolvimento, conter a dívida pública e mobilizar a receita fiscal em circunstâncias em que as medidas adicionais são geralmente impopulares.