‘Os Picantes’ são os Mais Queridos

ByTribuna

22 de Outubro, 2021

Este ano ‘Os Picantes’ levaram o prémio máximo do ‘Top dos Mais Queridos’, com a música “Crise no Lar”. Com mais de três milhões de votos dos ouvintes, o grupo ‘Os Picantes’, provenientes da província do Huambo, conquistou o galardão do maior concurso musical, uma iniciativa cultural da Radiodifusão Nacional de Angola-EP, que visa premiar as músicas e os cantores individuais ou bandas, envolvendo o público pela votação no processo de selecção das canções em concurso.

Este ano, a gala realizou-se no Centro de Conferências de Belas em Luanda, e embora esta tenha decorrido com várias medidas de restrição devido à pandemia, o espectáculo proporcionado foi de elevada qualidade. Para além disso, o grande vencedor constituiu uma agradável surpresa, conseguido impor-se diante de vários colossos da música angolana.  

‘Os Picantes’ arrebataram o maior prémio no valor de 2 milhões de kwanzas superando uma concorrência de peso, entre os quais a dupla Paulo Flores e Yuri da Cunha que ficou em segundo lugar (prémio monetário de 1 milhão de kwanzas), e Tiviné de Benguela que completou o pódio arrecadando 800 mil kwanzas.

Destaque também para o prémio da crítica que foi ganho pela dupla Filipe Zau e Filipe Mukenga com o álbum “O Canto da Sereia”, que lhes valeu uma compensação monetária de 1,5 milhões de kwanzas.

A proeza alcançada por este grupo do Huambo, ganha ainda mais relevância tendo em consideração que o estilo de música elaborado aposta no estilo afrohouse na língua tradicional Umbundu. “O prémio é símbolo que somos um grupo que gosta de trabalhar, nunca ficamos parados, graças a Deus em 2021 conseguimos o troféu, pela primeira vez o Huambo está de parabéns. Não foi fácil no meio de 18 participantes e todos são fortes e desejamos força a todos que não conseguiram ganhar, para a próxima vão conseguir”, disse o Chefe Escorrega, um dos três membros que compõem ‘Os Picantes’. Os outros membros são Job Loy e Moroty, mas enganam-se aqueles que acham que este trio é novo nestas andanças, onde a fusão entre kuduro e afrohouse são os ritmos predominantes.

Já estão na música há 15 anos, contudo nunca conseguiram alcançar um protagonismo assinalável. A carreira começou a ganhar algum destaque a partir de 2013 quando lançaram o single “Mambo tá torto”. Em 2014 lançaram o primeiro álbum “Não improviso”, e só passado cinco anos arriscaram um segundo; “Me ajuda quando estou doente”, ambos lançados somente na província do Huambo. 

Segundo o Chefe Escorrega, “este prémio reflecte dedicação e empenho, apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas”. O dinheiro arrecadado será investido em outros trabalhos discográficos que devem ser apresentados em breve.