O Presidente da República João Lourenço (JLo) tem sido um dos principais dinamizadores no processo de paz na República Centro Africana (RCA), um dos territórios mais problemáticos e instáveis, não só em África, como a nível mundial.
O corolário do esforço desenvolvido por JLo e da diplomacia angolana foi alcançado na passada sexta-feira, quando foi anunciado pelo Presidente da RCA Faustin Archange Touadéra, um acordo de cessar-fogo imediato naquele país. Este pronunciamento do Presidente foi também resultado de vários esforços encetados por Angola em vários palcos diplomáticos, principalmente desde o período em que o país assumiu a presidência da Conferência Internacional dos Grandes Lagos (CIRGL), e promoveu variadas minicimeiras em Luanda, que tinham entre outros objectivos pacificar esta região no centro de África. No último encontro, Jlo focou-se nas soluções que visam colocar um ponto final na violência existente na RCA e que desembocou numa das piores crises humanitárias de África.
No discurso à nação centro africana, Touadéra agradeceu o empenho de todos os intervenientes, tendo sido destacado o papel fulcral desempenhado pelo Estado angolano. Confirmou que o cessar-fogo é uma realidade, e que inclui também alguns dos principais elementos que forma a Coligação dos Patriotas para a Mudança, movimento rebelde do ex-presidente François Bozizé. Além disso, o Chefe de Estado declarou que criou uma comissão organizadora do Diálogo Republicano, para a qual pediu a adesão de todos os seus compatriotas para que o país saísse da situação de crise.
Desde que Angola assumiu a presidência da CIRGL, houve por parte de JLo um grande comprometimento na prossecução da paz para este território, advogando inclusive em vários fóruns regionais e internacionais, o levantamento do embargo de armas contra a RCA, argumentando que este estado estava a viver um contexto político interno diferente, caracterizado pela legitimidade das instituições do Estado que carecem das capacidades necessárias para garantir a sua própria segurança.
Ao longo de todo este processo, o chefe do Executivo angolano tem sido um fomentador do diálogo, tendo encorajado seu homólogo da RCA a continuar determinado a assumir e liderar o processo de paz, em particular o que tem vindo a ser determinado nas várias cimeiras que se têm sucedido em Luanda; o designado Roteiro de Luanda.
De acordo com JLo, esta é uma oportunidade fundamental para se alcançar a paz, pela via da conjugação de esforços das forças militares nacionais e das Nações Unidas, suportando-se nos progressos alcançados no campo da negociação com as forças políticas internas.
Todos estes resultados não seriam possíveis sem a colaboração de todas as partes: governo, oposição, sociedade civil, assim como as lideranças dos grupos rebeldes, bem como os bons ofícios de Angola, Rwanda e Chade, em nome das sub-regiões dos Grandes Lagos e da África Central.
Em jeito de conclusão, JLo sublinhou que todas estas acções são uma prova da solidariedade africana, do engajamento da CIRGL e da CEEAC (Comunidade Económica dos Estados da África Central) na busca da paz e segurança na RCA.