Pela nesga clarificadora do Tribunal Constitucional abriram-se oportunidades que logo vieram comprovar a fragmentação, também desfraldou o totalitarismo de ACJ que em sucessivas reacções demonstra que quem não está com ele é inimigo da UNITA.
O medo semeado resultou de imediato em desespero, o Galo Negro dispersou o seu peso pela força anárquica e subversiva da rua, e até Isaías Samakuva, imaginem, se vendeu ao MPLA e a João Lourenço, é o precalço de uma estratégia belicista falhada, mas perigosa que vai exigir muita firmeza e ponderação do líder regressado.
Os atropelos sucedem-se, agora até já se exige candidato único e vencedor antecipado, constata-se que ACJ ganhou a rua mas perdeu a UNITA, o ruído é-lhe favorável mas a sensatez rejeita o caminho de sistemático confronto para além dos limites democráticos, Samakuva precisa de tempo, não pode ceder a pressões, e não pode perder a oportunidade de rasgar caminhos de diálogo e concertação, há êxitos na governação, há ventos que sopram a favor de Angola no mundo inteiro, e o petróleo está a dar um novo alento à economia, seria criminoso provocar instabilidade nesta altura.
A coação nas bases provinciais já começou, brigadas mistas de adalbertistas e marimbondos já percorrem caminhos dos delegados ao Congresso, levam uma chuva de promessas e retratos do paraíso, mas em Luanda chegam notícias de movimentações novas que nos levam a crer que ACJ não irá sozinho aos votos.
O presidente Isaías Samakuva tem prerrogativas que lhe dão espaço para prolongar a data do Congresso, com eleições no horizonte próximo pode até ser justificação inibidora, várias personalidades de relevo dos kwatchas vêem com agrado este desanuviar do irritante clima permanente de confronto, e pior, acham inadmissível a cada vez maior intromissão de factores externos colados à UNITA, como o terrorismo evidente nas redes sociais digitais.
Só numa ideia de terra sem lei, de espaço queimado, se pode ainda falar da FPU, um líder que não chegou a ser, um Partido que não é, uma farsa que demonstra quanto é leviana a forma de fazer política por esta gentalha, isto é uma afronta à dignidade do Estado de Direito, um desrespeito à honorabilidade da cidadania, e um descrédito na credibilidade do país junto dos diplomatas que reportam aos seus países, daí a compreensível irrelevância do Galo Negro no plano internacional.