No fórum “Semana Russa de Energia”, o Presidente da República João Lourenço (JLo) anunciou as principais estratégias para o sector energético.
Em primeiro lugar, realçou que Angola é um potentado ao nível da energia fóssil, designadamente em petróleo e gás natural, e que evidentemente não pode deixar de estar atento a essa situação, uma vez que estas constituem a maior fonte de receitas do país. Sem embargo já estarem no terreno as maiores empresas operadoras internacionais da indústria petrolífera, o Presidente sublinhou que “há espaço para outros investidores, fundamentalmente em áreas livres e em zonas de exploração das bacias sedimentares, onde se torna necessário quantificar o potencial de recursos de hidrocarbonetos, ainda não totalmente avaliado e descoberto”.
O Presidente lembrou a reestruturação que tem sido levada a cabo no sector petrolífero, sublinhando a criação da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, ou dando como bom exemplo o projecto de construção da fábrica Angola LNG (parceria entre Sonangol, BP, Eni e Total para a liquefação de gás natural).
No que diz respeito aos hidrocarbonetos, o Executivo delineou já estratégia de exploração para os próximos cinco anos, As principais metas são a “expansão do conhecimento geológico e o acesso aos recursos petrolíferos nas bacias sedimentares de Angola, com o objectivo de repor e aumentar as reservas petrolíferas”.O aumento da produção do petróleo é também um objectivo, designadamente através da licitação de novos blocos petrolíferos, e para reforçar esse desiderato, o Executivo permitiu o designado Regime Permanente de blocos.
Quanto aos produtos refinados sobre os quais Angola pretende assegurar a sua autossuficiência, foram referidos os projectos das três refinarias: Cabinda, Soyo e Lobito, que uma vez operacionais, vão permitir ao país ter uma capacidade de refinação a rondar os 425 mil barris/dia de petróleo bruto.
Naturalmente que as matérias associadas ao aquecimento global e alterações climáticas, foram enfatizadas pelo Presidente. Este apelou a um equilíbrio e sensatez a todos os intervenientes na exploração petrolífera, e que se “adoptem medidas de mitigação e compensação, tais como a melhoria da eficiência energética, a criação de florestas e/ou reflorestação, entre outras”, e que a economia de baixo carbono nesta fase de transição energética seja a principal máxima.
Em suma, o Chefe do Executivo defende um modelo misto, sustentando que Angola “deverá desenvolver uma estratégia nacional visando a exploração sustentada dos seus recursos energéticos fósseis, e ir gradualmente alterando a matriz energética nacional a médio-longo prazo, criando oportunidades para o desenvolvimento de novas fontes renováveis de energia, como a solar, eólica, biomassa e outras”.