Começa a ser ensurdecedor o ruído do desnorte da UNITA, completamente alheia à Democracia; sem o mínimo de noção do Estado de Direito, Adalberto Costa Júnior perdeu definitivamente o controlo pela sua ambiguidade, quer agradar a gregos e troianos, e naufraga na sua alienação à ambição do Poder.
Fazer do gesto generoso do Presidente João Lourenço ao aconselhar diálogo com os órgãos de comunicação social descontentes com o Galo Negro, uma luta em que proclamam até à exaustão a “RENDIÇÃO” da TPA e da TV Zimbo às pretensões da UNITA, é um desafio à paciência das autoridades de Estado, e uma afronta de desobediência pública própria de quem busca motivos para ações de outra forma incompreendidos.
Situação análoga em 1992, arrogância dos dirigentes ameaçando a somalização de Angola, que levaram ao recomeço da guerra que uma década depois levou à rendição militar da UNITA e à misericórdia de José Eduardo dos Santos em nome da busca da Paz que coincidiu com o desaparecimento de Jonas Malheiro Savimbi.
A similitude é preocupante, a arrogância, a intriga, a busca do conflito político permanente, o desafio do Estado de Direito, o tacticismo na Lunda e Cabinda, o racismo disfarçado, o nepotismo, e o exaltar em cena as dificuldades de Angola e explorar o medo como arma de arremesso de quem não tem nada a perder.
A UNITA está a tornar-se num quisto maligno em Angola, impotente nas urnas, dependente do ruralismo remoto, foge da realidade camuflada na intriga e provocação, foi sempre assim, é uma herança trágica, sem identidade e sem rumo propagam Muangai e Jonas Savimbi, uma ambiguidade colonial promovida pelas Missões Católicas, Protestantes e Adventistas, que com a OPVDCA (Organização Provincial dos Voluntários da Defesa Civil de Angola) foi patrocinada pelo então Governador Geral de Angola, Coronel Silvino Silvério Marques em 1966 no Umpulo.
Pelo caminho foram eliminados os moderados e democratas autênticos, Jorge Sangumba, Tito Chingunji, Wilson dos Santos, e tantos outros que discordavam da guerra e amavam Angola, temo que tenhamos mais gente a resvalar para o abismo em nome de uma propaganda inócua deste populismo rasca sem freios.
Angola é neste momento o epicentro das expectativas africanas nos próximos tempos, o consulado de João Lourenço tem granjeado atenções positivas internacionalmente, estão a ser dados passos decisivos no desenvolvimento sustentado, nada de euforias, e José Eduardo dos Santos entendeu a razão, na tranquilidade da sua mansão no Miramar, saberá distanciar-se, mesmo daqueles que lhe eram próximos, mas que de Angola apenas querem as mordomias que a corrupção pode proporcionar.
Adalberto Costa Júnior chegou ao fim do princípio, caminha agora inexoravelmente no princípio do fim.