A ascensão de Adalberto Costa Júnior à liderança da UNITA é, cada vez mais linear, um desígnio de José Eduardo dos Santos quando em 2002 mascarou a rendição militar do Galo Negro, num Acordo de Paz outorgado por dois comandantes militares inventados e na alienação política dos traidores de Jonas Malheiro Savimbi.
Casas de luxo em Luanda e no estrangeiro, viaturas de alta gama, milhões para mordomias deslumbrantes na capital e para viagens ao exterior, colocações estratégicas de familiares com salários chorudos, assim fez dos donos da UNITA “marimbondos” diplomados e amestrados, cúmplices da desgraçada roubalheira que deixou Angola de tanga.
São esses mesmos Kwatchas que dirigem o Cartel, Chiwale, Gato, Manuvakola, Dachala, Samakuva, Mulato, são reminiscências do savimbismo rendido ao Poder de Zédu, são simultaneamente o suporte de ACJ na liderança da conveniência, daí não ser surpresa a obediência e dependência de José Eduardo dos Santos e Isabel dos Santos, e até da insignificância valorizada de Tchizé dos Santos.
A ausência de ética democrática e intelectual subverte e minimiza a moral, como consequência emerge a clandestinidade subversiva generalizada, a rua confunde-se com as emanações partidárias e a anarquia instala-se tornando uma poluição perigosa deixando a porta entreaberta para qualquer reacção.
Hoje nos meandros pensantes angolanos e diplomáticos, as prioridades da UNITA e os interesses do Clã Dos Santos confundem-me numa simbiose que estarrece, mobilizam-se multidões com mentiras e ocultações, barqueie-se o passado desastroso, e semeia-se tudo quanto possa originar instabilidade e insegurança, agredindo tudo que mexe e explorando sentimentos divisionistas e separatistas para dificultar a governação.
Adivinham-se tempos difíceis, complicados mesmo, o sonho, a ilusão e a leviandade de ACJ, obscurecidos por declamações inflamadas minuciosamente ensaiadas, vivemos tempos de fácil alienação e mobilização, isso origina apetites vorazes que rasgam caminhos ínvios para pressupostos determinados, o tempo urge e a dúvida persiste, até que os fundamentalismos colidam.
Temo pelo meu chão, pela minha gente, pela minha família, as marcas do passado criam ansiedade e medo, a inquisição da UNITA é até hoje um pesadelo, e o medo continua a ser uma arma lançada em dialetos nativos, estratégia antiga. No exterior acelera-se uma campanha comandada pelo Clã Dos Santos, jornais portugueses e europeus, agências de “rating” proclamam ambiente hostil a João Lourenço, e a intriga encontra caminho fértil quando há dinheiro para pagar.