O Facebook e um grupo de parceiros de telecomunicações anunciaram a expansão do seu projecto de cabo submarino para África para três países. Isso eleva para 26 o número de países na costa de África ou próximos a ela que serão pontos de contacto para o projecto de Internet de alta velocidade.
Este consórcio adicionou as Seychelles, Comores e Angola como filiais deste projecto de cabo, denominado 2Africa. Ele também anunciou um novo ponto terminal de cabo – onde um cabo subaquático chega a terra – na Nigéria, elevando o número total dessas conexões para 35.
Lançado no ano passado, o projecto 2Africa visa aumentar a capacidade de internet e conectividade na região. Quando entrar em operação no final de 2023, o cabo de 22.000 milhas conectará o continente africano, a Europa e o Médio Oriente, permitindo que os seus provedores de serviços de Internet se unam à 2Africa em centros de dados ou “cable landing stations”. Com uma capacidade de até 180 terabytes por segundo em algumas partes, este projecto promete entregar mais do que a capacidade total combinada de todos os cabos submarinos que servem África neste momento.
O consórcio inclui a China Mobile International, Facebook, MTN GlobalConnect da África do Sul, a Orange francesa, stc, a Telecom Egypt, a Vodafone do Reino Unido e a West Indian Ocean Cable Company das Maurícias. A Alcatel Submarine Networks, parte da empresa finlandesa de telecomunicações Nokia, está a instalar o cabo.
O projecto 2Africa é parte de um esforço maior por parte de gigantes corporativos globais e locais, tais como a Seacom e a Liquid Telecom, para responder à procura cada vez maior de dados mais rápidos e confiáveis em África. A Google, por exemplo, está a trabalhar num cabo subaquático conectando a África do Sul a Portugal e que deve ficar concluído ainda este ano.
Quanto à ligação 2Africa, deverá ficar operacional em 2024 e vai assegurar mais do que toda a capacidade actual de todos os cabos que servem o continente africano.
Existe um enorme mercado consumidor, que neste momento está frustrado pelas velocidades lentas e não confiáveis da Internet, e que estão a ser levadas ao limite por uma gama crescente de serviços, incluindo o streaming, a media social, os jogos, as transmissões de TV HD e as videoconferências. Conectar os africanos seria transformador para o continente, uma vez que este está a inovar mais rapidamente do que a sua internet pode satisfazer.
Os investimentos nos últimos anos, que chegam a quase 1 bilião de dólares (surgem na sequência dos 20 mil milhões de dólares investidos pelas empresas telefónicas nas redes submarinas de fibra óptica na sequência da forte expansão das empresas tecnológicas nos anos noventa.