No âmbito da missão da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) em Moçambique – SAMIM (SADC Mission in Mozambique), Angola enviou 20 militares para a região de Cabo Delgado, com o objectivo máximo de contribuir para a pacificação dessa região e combater os insurgentes.
A duração desta missão será de 3 meses e o custo total para a manutenção das forças angolanas rondará o milhão de euros. Desses 20 militares, 10 são elementos de informações militares e os outros 10 da Força Aérea Nacional de Angola (FANA). Além disso, disponibilizou 1 avião IL-76 de transporte estratégico. Irá ser muito útil para o transporte de tropas, mantimentos, entre outras coisas, podendo eventualmente servir até para o transporte de feridos.
Este apoio, apresentado na forma de um projecto de resolução pelo Presidente da República João Lourenço, foi aprovado por unanimidade na Assembleia Nacional com o total de 180 votos a favor.
Todos os partidos que muito raramente estão de acordo em alguma matéria, desta vez, saúde-se, votaram no mesmo sentido, defendendo ser fundamental actuar em solidariedade e em prol de um país irmão que comunga de uma mesma língua.
Francisco Pereira Furtado, ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança de João Lourenço, salientou que as forças angolanas “não estarão diretamente engajadas em ações combativas, mas de apoio à projeção das forças que irão cumprir esta missão de estabilidade da província de Cabo Delgado”. O ministro lembrou que no passado recente, Angola já participou em missões humanitárias, como por exemplo, no apoio à cidade da Beira após a devastação provocada pelo ciclone Idai.
Embora o país envie apenas 20 oficiais técnicos especializados em matéria de defesa, “a estratégia de Angola tem a ver com facto de não tendo tropas no terreno, poder assessorar, e é uma estratégia bem pensada. Tem muito a ver com o desconhecimento da área geográfica e as dinâmicas dos acontecimentos, porque podem ser factores para quedas das tropas de outros países”, destacou também o Professor Universitário Osvaldo Mboko.
Recorde-se que o primeiro país que enviou tropas há quase um mês foi o Ruanda que, apesar de não fazer parte da SADC, contribuiu com cerca de 1000 militares e polícias no combate ao terrorismo, enquadrado num acordo bilateral entre o Governo Moçambicano e as autoridades de Kigali.