Angola está a atravessar um momento em que padece de uma tentativa de desinstitucionalização aguerrida de uma bolha unida entre a Oposição política, partidária, assente em frustrações, insuficiências, egos, narcisismos, e ânsias mesquinhas e frenéticas de Poder.
A máquina está montada, infiltrada, unida num objectivo comum, é partilhada pela Extrema Direita Internacional, narcotráfico, rede de comunicação em português com realce para a LUSA, a CNN Portugal e TVI, SAPO, ECO, mercenários internos digitais comandados por Rosado de Carvalho, e externos liderados por Vítor Hugo Mendes, e os mais terroristas, a cargo de Nelson Gangsta.
Mesmo com roupagem lavada e reluzente com as cores da democracia, a UNITA repete-se gasta, caduca, prisioneira de vícios antigos. Os donos do Partido reelegeram o bacharel tirano psicopata, mais que intrujão, ACJ “Betinho”, colocaram Mihaela Webba prisioneira na escada de baixo do Parlamento, e pelo sim pelo não, Simão Dembo, está declarado herdeiro do trono.
Mas hoje vou dedicar-me a um exercício de há muito, desde os tempo da Guerra Civil, houve sempre um homem que soube aprumar-se no lugar do “Padrinho”, Higino Carneiro, hábil, bem assessorado, conseguiu montar uma teia de suporte de culto de personalidade, e em Angola, Portugal, França, Brasil, e na UNITA, sempre foi o generoso e bem visto, e foi dúvida o homem mais temido por José Eduardo dos Santos. Quanto custou a rede hoteleira dispersa por todo o território? Quando investiu em Calulo no seu Recreativo, associado ao Belenenses de Portugal? Quantos carros ofereceu aos amigos que o visitavam em Angola? Até eu estou nessa lista enviada pelo seu saudoso amigo e representante em Paris, Rui Legot.
Vim a este assunto, mesmo estando em tratamento médico reservado, porque ontem mesmo fui contactado por um “Gil-Pombo Correio”, para participar num Podcast e num Portal Digital, patrocinado por Higino Carneiro. A oferta era generosa, mas não foi preciso muito tempo para colocar ponto final.
A onda avassaladora, tal tsunami, agora já não é só para atingir João Lourenço, crêem ter afundado Manuel Homem, tentam naufragar Adão de Almeida, e querem liquidar qualquer próximo e potencial candidato como Fernando Miala e Isaac dos Anjos, acrescida nas reuniões conspirativas de Luís Nunes, governador de Luanda.
Angola está a atingir em Democracia uma ingovernabilidade nunca antes experimentada mesmo em tempo de conflito, o Estado sempre foi forte, venceu a guerra, organizou umas Forças Armadas reconhecidas, a economia não fora a roubalheira estava invejável, e tudo se resume à intriga e política baixa na capital do País, de resto o território desenvolve-se, produz, e é onde o investimento estrangeiro encontra campo fértil para avançar. O Uíge já começa a recuperar o café, Huambo já produz milho, batata, e outros produtos da terra, Benguela já exporta banana, peixe, manga, abacaxi, e já produz tomate, feijão e peixe seco para todo País, a Huíla já está a atingir o pleno na agropecuária, e o Namibe está vivo com o Porto em pleno funcionamento e a partilhar com o Cunene a água proveniente das barragens e dos canais.
Não acredito, juro que não acredito, que os responsáveis pela Ordem Pública democrática, pelo menos até 2027, irão permitir anarquia e desordem, essa força da Democracia sabe impor-se mesmo com o uso da força, ontem mesmo em Lisboa, a Polícia de Choque, envergando a farda da autoridade, agiu contra os seus colegas policiais, em manifestação junto à Assembleia da República.
Enquanto esta bolha especulativa e agressiva não sentir que pode vencer pela expressão do Povo, vai continuar a desgastar a governação e a fustigar as instituições do Estado, não haverá recato nem frontalidade, prevalecerá a clandestinidade, para o futuro não emerge uma proposta nem do ruído sobressai um modelo de sociedade, tudo gira em torno de nomes, de lugares, de património, com isto aumenta o grau de responsabilidade e de exigência para o Congresso Extraordinário do MPLA, mais uma vez nela ditar-se-á o futuro imediato de Angola.
Oxalá tenhamos no epílogo deste Cónclave, uma via aberta para uma Nova República.
Abraço Tenebroso

