África fecha as portas, a Europa fecha as janelas, e o ruído estridente da vacuidade e do medo fica circunscrito ao admirável sonho do Galo Negro que o alimentou até hoje, entre contradições, assassinatos, enriquecimentos, e um nepotismo implacável que demarcou e se apoderou dos mecanismos de assalto ao Poder.
Adalberto da Costa Júnior tem nos tradicionais aliados africanos da UNITA uma indiferença quase desprezível, e como se evidenciou na sua actual visita a Portugal, acompanhado de comitiva onde se integra a sua vice Arlete Chimbili, viu a sua agenda intencional barrada e confrontou-se com a carta de demissão do delegado da UNITA em Portugal, o ex-embaixador no México Jaime Furtado, em total discordância com a liderança.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros português recusou recebê-lo; no Parlamento Europeu em Bruxelas também obteve recusa, e Emanuele Macron, presidente de França, também recusou diálogo com a UNITA. Os seus amigos portugueses de longa data, onde pontifica João Soares e Maria Antónia Pala, mãe do Primeiro Ministro António Costa, também mostraram desagrado esta sexta-feira pelo facto de ter nomeado representante da UNITA em Lisboa Emanuel Ferraz, cidadão português sem nacionalidade angolana.
Na sua ausência, chegou a Lisboa via Paris, começaram as repetidas críticas e ameaças aos filhos de Jonas Savimbi pelo encontro com o Presidente João Lourenço, acusam-nos de traição, numa altura em que ACJ tenta descolar-se da herança de Jonas Savimbi, que está cada vez mais desacreditado na Europa, e é tido na sociedade portuguesa como o grande responsável da guerra e do êxodo dos portugueses.
Na sua agenda constam agora contactos empresariais, assumindo como certa a sua eleição presidencial; tenta estabelecer parcerias sectoriais contra o financiamento do Galo Negro, isto quando se estima que as suas contas bancárias vão engordando. É o caso de, provavelmente em Roma ou Londres, ainda venha a assinar um memorando de entendimento com o Clã Dos Santos, na pessoa de Isabel dos Santos, para que haja financiamento destes para a campanha que se avizinha, para isso trouxe também a sua vice-presidente.
Os filhos de Jonas Savimbi, que em Congresso apoiaram Alcides Sakala, irão emitir um comunicado de agradecimento a João Lourença e vão demarcar-se de ACJ, entendem mesmo que ele é uma “marioneta” de Paulo Lukamba Gato, Eugénio Manuvakola, Marcial Dachala e Samuel Chiwale.
O poder de ACJ está cada vez mais representado pela juventude rebelde e anárquica, que nunca trabalhou, tem sede de Poder, sem qualquer noção de Estado, um perigo ambulante para qualquer país.
Kuma