Insustentabilidade do sonho

ByTribuna

20 de Abril, 2021

Os lapsos de lucidez que vão esporadicamente invadindo a embriaguez dos ajuntamentos, estão a gerar controvérsia no seio do Galo Negro. Adalberto Costa Júnior começa a temer a solidez da sua liderança cada vez mais contestada dentro da UNITA, com reflexos na generalidade dos objectivos. Não fora os Fundos que derivam do investimento do Clã Dos Santos que estão a servir de calçadeira a muitos oportunistas, já só resta o apoio do grupo de Paulo Lukamba Gato, aquele que tem estampado no seu retrato o medo, o racismo, o tribalismo, e detentor da herança material de Jonas Malheiro Savimbi.

ACJ viu recusado todos os encontros que gostaria de ter na Europa a nível de Estado e do Parlamento Europeu, e em África mesmo países tradicionalmente aliados como a Costa do Marfim e Marrocos, não veem com bons olhos a sua liderança. Assim, as suas viagens ao Exterior poderão ser representadas por segundas figuras da UNITA ficando a frente interna assegurada por Mihaela Weba e Marcial Dachala.

Em Portugal, segundo fonte credível do MNE, ao nível de Gabinete Ministerial, admitem manifestações de angolanos, mas nunca travestidos de comícios políticos, mesmo porque com mais clareza histórica, começa a concluir-se que o Galo Negro foi o grande responsável do êxodo dos portugueses em 1975, e cabe às selvajarias da UNITA a destruição de muita documentação por onde passaram, sobretudo Huambo e Bié, de onde são originários a maioria dos elementos da UNITA que até então pertenciam ao Quadro Administrativo e Militar de Portugal Ultramarino.

Há uma revolta silenciosa nas províncias, nas bases eleitorais da UNITA, pela aproximação do Clã Dos Santos, nomeadamente Tchizé dos Santos, que já fala em nome de ACJ; nalguns locais já foram enviados emissários para dar explicações, mas os resultados não foram satisfatórios.

Entretanto fazem-se ouvir denúncias de perseguições a samakuvistas e alguns que teimam a discordar da actual composição do mosaico liderado por ACJ e o faça publicamente, é ameaçado de ajuste de contas. Está em vigor um estado repressivo marginal ao Estado de Direito.

Hoje em dia, para quem conhece a UNITA como eu, desde 1972, já só os laços familiares vão segurando as pontas; é tudo uma família entrelaçada ao longo do tempo, enquanto Poder seria um Nepotismo nunca visto, uma Oligarquia Tirana.

Kuma