O Spotify, o serviço de streaming de áudio mais usado do mundo, projectou ser lançado em 40 países africanos ainda este ano, depois ter estado inacessível em todo o continente desde a sua criação em 2008.
O serviço de streaming de música, está disposto a revolucionar o mercado musical no continente, e não só, tendo anunciado recentemente um plano de expansão, pretendendo iniciar as suas operações em mais de 80 países, tornando-se assim disponível para mais de mil milhões novos ouvintes. Mas, o que será necessário para lucrar com a florescente indústria de streaming de música em África?
A maioria dos africanos não consegue baixar o Spotify no Android ou iOS, a menos que viva ou tenha visitado a África do Sul, Marrocos, Egipto, Argélia e Tunísia.
O gigante sueco delineou como alvos uma ampla gama de mercados, que vão desde a Nigéria ao Níger, passando pelo Quénia, a Guiné-Bissau, e claro, Angola.
Com mais de 345 milhões de ouvintes activos por mês, a empresa diz que “oferecerá aos ouvintes uma audição de áudio de classe mundial e uma experiência de descoberta de música”.
O lançamento coincide com uma expansão global em 85 novos mercados na Ásia, Europa, América Latina e Caraíbas.
“O lançamento nestes novos mercados é um passo importante para cumprir o nosso compromisso contínuo de construir um ecossistema de áudio verdadeiramente sem fronteiras”, destacou Alex Norström, director de negócios freemium da Spotify.
A empresa está a oferecer uma variedade de pacotes e funcionalidades para se adequar às condições do mercado local.
No Quénia, por exemplo, os ouvintes podeem assinar o Spotify Premium por 3 usd/mês, em comparação com os 15 usd no Reino Unido.
Os alunos podem adquirir uma assinatura premium por usd 1,50 por mês e todos os pagamentos podem ser feitos através do serviço de pagamento móvel M-Pesa.
O desafio será levar o serviço pouco conhecido a um público africano mais amplo e preencher a plataforma com conteúdo africano suficiente para atrair os utilizadores.
O Spotify obteve sucesso e reconhecimento no continente devido à sua ampla utilização no exterior. Muitos utilizadores baixavam o serviço enquanto viajavam para o exterior, ou então usavam um proxy para baixá-lo em África.
Todavia, o aplicativo terá de conquistar os utilizadores de uma variedade de outros dispositivos de reprodução de música, como sejam os serviços de streaming caseiros, YouTube, CDs, cartões de memória e telefones convencionais.
Phiona Okum, artista e gerente de marketing do Spotify na África subsaariana, salienta que vamos assistir a uma revolução na experiência de áudio no continente.
“Os criadores africanos sempre ultrapassaram os limites, inovando e criando sons incríveis e, a partir de hoje, estamos a dar-lhes acesso e a oportunidade de se conectarem com um público global de fãs”. Além disso, “ao trazer um produto de primeira classe e uma experiência localizada feita para África, contribuiremos para impulsionar o crescimento do ecossistema de streaming local”, destaca a artista.
Esta mudança traz também competição para as startups de streaming com foco em África, como a Mdundo, do Quénia, e a Boomplay da Nigéria.
O grupo sueco revelou ainda, uma série de novos recursos para criar e monetizar os seus conteúdos. O primeiro deles é o Spotify HiFi, um serviço de áudio de alta resolução e melhor qualidade de som, que estará disponível para assinantes da versão premium em mercados selecionados ainda este ano.
Daniel Ek, CEO e cofundador do Spotify rematou afirmando que “o áudio é a nossa história e o nosso futuro. A nossa plataforma conecta os ouvintes com a arte que eles amam.”