A Sonangol está em pleno processo de reestruturação, depois de ter sido descapitalizada durante décadas para alimentar os mais inimagináveis esquemas de corrupção. Agora finalmente a grande empresa angolana retoma o seu foco e começa a “arrumar a casa”, preparando-se para o processo de privatização parcial que lhe dará novos voos.
A companhia petrolífera angolana tomou como desígnio fundamental tornar-se uma empresa de referência no sector petrolífero no continente africano, não caindo nos erros do passado e promovendo, simultaneamente, a sustentabilidade.
Assim, como várias das suas congéneres, ARAMCO ou BP, a petrolífera deve-se tornar mais verde. Também se pretende afastar em definitivo da imagem de corrupção. O plano para os próximos sete anos, aposta nas energias renováveis e o relançamento da exploração e produção em vários blocos petrolíferos.
A concretização deste plano, actualmente já claramente definido consiste em:
– Aumento da capacidade de produção operada de petróleo bruto, com uma meta não inferior a 10 % da produção nacional, em vez dos actuais 2 %.
– Investimento em diversos blocos petrolíferos com o intuito de aumentar os direitos líquidos, estando previsto já para este ano o relançamento da actividade de exploração e a produção em diversos blocos petrolíferos (blocos 3/05, 3/05A, bloco 5/06, Kon 4, bem como a cooperação, juntamente com a Total, dos blocos 20 e 21, três anos depois do primeiro óleo).
– Optimização e modernização da refinaria de Luanda e assegurar o aumento da capacidade de refinação, com investimento em novas refinarias, no sentido de inverter o quadro de importação de combustíveis.
– Aumentar a capacidade de distribuição de LPG [gás de petróleo liquefeito], monetização do LNG [gás natural liquefeito] e investir em projectos de energias renováveis.
– Consolidação da posição da empresa como actor de referência no segmento de shipping na região.
-Reforço da posição de trading de petróleo bruto e produtos refinados no mercado internacional, alavancando, assim, fontes adicionais de arrecadação de receitas em divisas.
– Aumento e rentabilização da capacidade de armazenagem em terra, em substituição da armazenagem flutuante.
-Optimização da rede de retalho, visando consolidar a posição de maior distribuidor de hidrocarbonetos líquidos no mercado nacional, num ambiente que se perspectiva cada vez mais liberalizado, bem como relançamento da actividade de distribuição e comercialização em outros países da região, dos quais já se encontra em curso o processo de reentrada na República Democrática do Congo.
São estes os vectores estratégicos que auguram um futuro estimulante para a empresa.