As forças que querem reverter o processo de abertura e combate à corrupção em curso aliadas a alguns imbecis úteis resolveram que as autarquias locais são o meio adequado para conseguirem os seus objectivos de desestabilização da soberania nacional.
Todos os dias lemos, ouvimos e vemos elogios a um mundo que seria perfeito se houvesse autarquias. As autarquias são apresentadas como a solução de todos os problemas.
Estão-nos a enganar!
Este filme já correu por boa parte de África, habitualmente com o apoio dos colonos que continuam a querer explorar o continente, através das várias organizações que criaram e dominam.
Entre 1990 e 2007, o Banco Mundial gastou mais de 7 biliões de dólares em projectos de criação de autarquias locais em África. Na Libéria, as Nações Unidas administram um fundo para as autarquias, no Burundi um trabalho conjunto do Banco Mundial, União Europeia e Suíça faz o mesmo, enquanto no Malawi 17 doadores internacionais apoiam um programa de estabelecimento de autarquias. Um dos casos mais emblemáticos foi o Uganda que recebeu biliões de dólares das Nações Unidas e dos Estados Unidos para projectos de descentralização política autárquica.
Por volta de 2002, 30 países em África estavam a implementar esquemas autárquicos, muitos contando com o apoio financeiro internacional.
A verdade que sai destas experiências autárquicas todas, é que apenas servem para criar estruturas novas que não alinham com os poderes e fronteiras locais tradicionais e que são capturadas por elites corruptas locais onde os novos titulares dos cargos exploram as novas posições e recursos para salários, carros, edifícios e outros benefícios.
A realidade é que na maior parte dos países africanos as autarquias apenas serviram para criar mais corrupção e mais gastos absurdos. E depois de gastarem o que não têm, as autarquias querem gastar mais e começam a pedir mais dinheiro, e está criado um ciclo novo de corrupção e gastos, gastos e corrupção.
Não, as autarquias não vão resolver nenhum problema do povo, a não ser dar mais carros e luxos a uma nova classe de políticos. Isso é o que tem acontecido no resto de África. Portanto, não haja ilusões com as autarquias.