Parte II
O nosso Cinquentenário completa-se num tempo de ruptura com um modelo falhado, que João Lourenço quis colocar fim em 2017. Estamos em 2025, prolongam-se desafios que se vão evidenciando sem solução, o Estado está desenquadrado com as exigências, perderam-se oportunidades de investimento em infraestruturas de base, e acumularam-se problemas insanáveis pelo modelo atual.
Angola em 50 anos quadruplicou a sua população, nascem 1.000.000 de vidas anualmente que comtempo necessitam de escolas, hospitais, habitação condigna,formação, mas que, infelizmente terão de enfrentar instabilidade familiar, um Estado insuficiente, e acabam por ser vítimas de falta de planeamento e muita irresponsabilidade partilhada.
João Lourenço tem tido uma dificuldade visível e sentida que bloqueia a concretização da vontade de mudança, tem um Estado deficiente, e tem o País amarrado a duas estruturas fundamentais da sua matriz, o MPLA e a UNITA, dominados por vicissitudes internas de monta, ambos a necessitar de uma refundação para colmatar a sua caducidade histórica.
Vivemos um momento neste nosso Cinquentenário enquanto Nação soberana, de sob a liderança do Senhor Presidente da República, como garante de estabilidade, tentar encontrar uma via de mudança civilizada, em 2027 poderá ser demasiado tarde porque se corre o risco de haver uma proliferação de interlocutores que poderão gerar dificuldades acrescidas pela legitimidade democrática.
Esta via de Refundação do Regime, com o proporcionar uma nova Constituição, é também uma oportunidade para a UNITA que tem hoje uma representatividade que poderá não ter em 2027. Para este desiderato é exigível que saia do XIV Congresso do Galo Negro, umaliderança forte, inequívoca e publicamente transparente, que desenhe uma linha dialogante à dimensão realista sufragada nas urnas em 2022.
Ninguém pode negar o esforço que João Lourenço tem emprestado ao País, a realidade confronta-o com um somatório de dificuldades, governar não é fácil, a atual Constituição sobrecarrega o Presidente da República em responsabilidades, enfrentando por acréscimo a constante ira de uma oposição e de um grupo de ressabiados de profissão, que minam as suas escolhas e opções.
Temos de colocar ponto final na irritante persistência de levar para o exterior a mensagem da maledicência, são angolanos quem mais mal fala de Angola no estrangeiro, não há brio, patriotismo agregados à cidadania. Angola é de todos os angolanos, e é com os angolanos que vai traçar o seu futuro, unidos seremos mais fortes, sendo mais forte seremos mais solidários, é tudo isto que podemos conseguir com a implantação democrática de uma Nova República.