É urgente não ter pressa, não se pode perder tempo, a razão tem muita força e é na mudança que prevalecerá a força da razão, para os que tudo têm feito para contrariar pelo medo dos seus privilégios e adversidades pessoais, não deixem que aconteça, porque hoje ou amanhã a realidade e a história será cruel.
Angola tem tudo para ser grande, os cidadãos têm todas as possibilidades para realizar os seus sonhos, os sacrifícios das heranças fatais estão retratadas na pintura da nossa Nação, a sangue, suor e lágrimas. Já adormeci em sonhos e despertei em pesadelos, mas continuo a acreditar, as novas gerações têm uma aprendizagem permanente nas redes sociais digitais, encurtam distâncias do saber, e vão adquirindo capacidade e inconformismo, que estão a fazer emergir uma nova postura capaz de enfrentar vícios e medos que persistiram em tolher o futuro.
Há males por dissipar que têm marcado o nosso destino, começou lá longe onde heróis deram o primeiro passo na Luta de Libertação Nacional, infelizmente não demoraram as dissidências, algumas rupturas que deram origem a novas frentes de luta e posteriormente a novos Movimentos, que convergiram apenas na luta anticolonial, de resto digladiaram-se e cimentaram ódios de cariz regional e tribal. Esta realidade teve como consequência, uma vez conquistada a Independência Nacional, uma guerra civil fratricida devastadora de vidas humanas e infraestruturas, e criou aliança e dependências nocivas ao País.
O problema actual que João Lourenço tentou estancar em 2017, é o facto de persistirem os Movimentos de Libertação, que transferiram para a urbanidade silenciada pelas armas, as lógicas e narrativas em que assentaram os ódios e demais adversidades, que inviabilizam uma verdadeira reconciliação nacional, com uma elite dividida que se julga dona do País. Esta realidade esconde-se em slogans, utopias e interesseiras interpretações, alternância não é alternativa, e a alternativa é que origina a discórdia pela validade dos votos das escolhas dos cidadãos, e a discórdia também é alimentada pelas ambiguidades constitucionais.
Diante da herança desastrosa de João Lourenço em 2017, o primeiro mandato evaporou-se na busca da estabilidade económica, levar uma Angola credível ao mundo, e abrir as portas ao investimento estrangeiro privado, visto estar o País debilitado por uma dívida externa colossal devido a obras de fachada inacabadas que afinal foram iniciadas à custa de endividamento para ocultar o saque monstruoso do Erário Público, e uma estrutura de Estado obsoleta, pesada e partidarizada, que de alto abaixo instituiu a obra mais conseguida do Sistema, a Corrupção, que comprometeu irremediavelmente o Regime.
Conseguiu até agora, de forma dedicada, com convicção e determinação, o Senhor Presidente da República, atingir uma fase em que pode assegurar a ruptura total, assegurar a transição, encontrar uma saída para a FNLA, MPLA e UNITA, e eleger uma Constituinte capaz de elaborar uma Nova Constituição, livre e democrática, respeitadoras de todos os direitos universais, humanista solidária, e que abra as portas da esperança às novas e vindouras gerações dos homens de Angola.
De mãos dadas, criemos um espaço que exala a fragrância da esperança de uma Nova República.