Nas palavras, na expressão, na posse dos dados oficiais, o Senhor Presidente da República, transmitiu a dor profunda das consequências mortais e materiais de um País ferido, mas revelou simultaneamente, a firmeza da autoridade do Estado na defesa da Ordem Pública.
Tivemos uma greve legitimamente convocada por taxistas, em que diretamente foram eles quem mais perdeu, porque a dinâmica da mesma tornou-se inorgânica, sem liderança responsável da classe, que se desvaneceu na invasão de uma avalancha de jovens de menoridade mobilizados politicamente, comandados por adultos arruaceiros e desafiadores da Ordem Pública.
Antes que houvesse qualquer resposta policial, antes que qualquer mensagem objectiva fosse transmitida, já os saques, açambarcamentos, destruição, e provocações, já se estendiam por vários pontos da capital.
Não sejamos ingénuos, esta acção foi minuciosamente orquestrada pela Oposição política, que em muitos aspectos antecipou os acontecimentos, em Lisboa, em Estrasburgo, no Dubai, em Bissau e na África do Sul, e os próprios comentários convergiram no conteúdo, que sem pudor nem vergonha, tiraram partido da dor e fatalismo alheios.
Ninguém imbuído de seriedade, com escrúpulos, senso e responsabilidade públicas, pode vir atacar as forças policiais pela morte de uma cidadã, é triste, muito triste, mas temos de estar conscientes dos efeitos e danos colaterais, quando na defesa da Ordem seja necessário a intervenção da autoridade, que também são homens com família, no entanto, sempre os mesmos, aproveitaram a situação para alimentar luta partidária.
Caros compatriotas leitores, já vivi pelo meu chão ocre empoeirado, dor que não coube dentro de mim, teve de soltar-se pelos olhos em lágrimas que se alojaram na memória, isto depois de ter sonhado com liberdade, embriagado de esperança, até que o cansaço e tempo me vergaram.
Mas aprendi tarde demais, a irreverência da juventude fragiliza-nos, somos vulneráveis à sedução e manipulação, e muitas vezes queremos retroceder mas como o tempo, ultrapassamos a meta e já não há volta.
A liberdade é sermos senhores de nós mesmos, a democracia é a partilha colectiva, com respeito, moral, ética, e sobretudo exigência.Angola conquistou com dor, sofrimento e sangue a sua cidadania, há 50 anos conquistou a sua Pátria e identitária, mas englobou todos os seus filhos num retrato inquinado pelas desavenças ancestrais dos nossos heróis combatentes. Infelizmente estamos a festejar o nosso Cinquentenário da Independência, mas com muita gente com a sua liberdade condicionada, e porquê?
Ao fim de 50 anos, temos a nossa sociedade disputada política e ferozmente, pelo MPLA e pela UNITA, que desde as matas do nosso País se combatem, e pior, com os mesmos protagonistas, que de um lado e de outro julgam-se donos da nossa terra, disfarçando a sua insaciabilidade com peões dependentes.
Este conflito entre os ódios ancestrais, criam a ilusão no País de um endurecimento pública, mas ela advém do confronto entre os interesses instalados desses senhores, que rejeitam a todo custo a mudança, daí dificultarem a governação a João Lourenço, que desde 2017 tudo tem feito, independentemente da herança trágica, para romper com o passado.Angola só tem uma saída para a estabilidade e para o desenvolvimento, a Refundação da República, e empregar todos os recursos na educação, formação, saúde, e edificar uma estrutura de previdência e solidariedade social.
A transição deve ser assegurada pelo Senhor Presidente da República, com um governo de unidade nacional, com participação da academia, mestres, e cidadãos com capacidade e mérito comprovados. Precisamos de uma Nova Constituição.
É este consenso que tem de ser conseguido com todos os cidadãos, a Paz e a esperança têm de ser sedutoras para serem conquistadas e abraçadas, o mundo está na busca de equilíbrios regionais e globais, os mercados criam vias controladas, e nós temos tudo, infelizmente faltam-nos recursos humanos porque dependem da estabilidade social e política.Vamos rapidamente para a Nova República.