E agora? Tivemos na capital um ajuntamento inorgânico admissível em democracia, mas infelizmente aproveitada pelas milícias, que tiveram o condão de se identificarem em grupos arruaceiros que incentivaram o confronto, correspondendo ao apelo internacional das forças saudosistas e colonialistas, agregados a uma Extrema Direita que já não disfarça o racismo e a xenofobia, ambicionada através da subversão anti-democrática.
Só que há retrocessos evidentes, a colagem do bacharel tirano psicopata intrujão ACJ “Betinho” e Venâncio Mondlane a André Ventura do CHEGA, despertou, desta vez, uma perplexidade a muitos sectores da Sociedade Civil, que não aceitam o desrespeito anárquico e violento, ligado às provocações e agressões aos agentes de autoridade em serviço para o garante da Ordem Pública.
O medo que paira nas hostes dos mandantes, tradicionalmente reconhecidos, advém da rejeição crescente à suas políticas clandestinas e beligerantes. A solidão será a resposta de um Povo cansado de instabilidade que bloqueia a ação do Governo, e maior repulsa por aqueles que querem fazer jus ao salário, pressionando o Senhor Presidente da República a dar resposta ao terrorismo que tanto dói a todos aqueles que realmente vivem em dificuldades.
Haverá consequências internas no Galo Negro, já há províncias a pedir Isaías Samakuva, querem Paz, têm os campos a produzir, têm empregos que vão aparecendo todos os dias, já não aceitam mais conflitos, esperam por caminhos encurtados para escoar os seus produtos.
Porque a UNITA, se ainda tem uma voz representativa, não acolhe o caminho de uma Nova República? Há jovens em Angola à espera de portas abertas para ocupar lugares com mérito, o tempo dos heróis já passou, os cidadãos aspiram por um Tempo Novo, higienizado, virado para os desafios do amanhã, há que enfrentar as realidades que não podem ser mudadas.
Por exemplo, os combustíveis estão caros? Estão, mas a realidade, a verdade, a transparência, diz-nos que ainda está abaixo do preço. O mal tem um caminho longo, se não houvesse os saques, os roubos, e tivessem investido no tecido produtivo, na educação e formação, os cidadão deveriam desfrutar de um nível de vida capaz, de sustentar os preços atualizados.
Angola necessita de um “reset”, as enfermidades não se vencem com paliativos, a estrutura de Estado está caduca e com custos insuportáveis, jamais venceremos com megalomanias pessoais, ambições de grupo, temos de operar uma metamorfose geracional, e isto tem de ser explicado, discutido, através de um consenso para a Nova República.