Múltiplas contradições e mentiras

ByKuma

31 de Julho, 2025

O ricochete do medo lançado para alimentar o ódio, inunda como forte tempestade arrasadora nos hostes das oposições internas, externas, diretas e indiretas, e tem a faculdade de revelar o verdadeiro ADN identificador de um passado sombrio que carregamos na memória, e que trazem à tona a saudade de tantos familiares e amigos que partiram, vítimas deste destino que parece perseguir-nos.

Lembro-me dos discursos inflamados de tribalismo Umbundo, e outros diametralmente opostos, acenando Paz aos colonos, a partir dos palanques de Jonas Malheiro Savimbi.

O então líder fundador e doutrinador da UNITA, proclamava vitórias, desafiava impiedosamente governos, mas era a doutrina que deixou como herança, ele sabia da verdade, conhecia os verdadeiros alunos fiéis, e morreu atraiçoado pelos seus próprios seguidores, abrindo caminho ao silenciar das armas, mas nunca a uma Paz e Reconciliação verdadeiras, apenas um enganoso silêncio acomodado na partilha da corrupção partilhada que cessou, mas não eliminou o bichinho que se alimenta de mordomias e poder, tal qual aqueles que hoje se revelam numa oposição interna no MPLA, em busca do passado que tentam ressuscitar.

Há troféus na identidade conquistados no somatório de derrotas acumuladas ao longo do caminho, a hipocrisia, a inveja, o racismo e tribalismo, e divergência que persistem desde os tempos da Libertação,o Galo Negro nasceu da batalha da liderança da Luta Armada, e desde então foi sempre dependente de um colonialismo e capitalismo explorador das nossas gentes e dos nossos recursos, que ainda hoje alimentam acontecimentos como os dos últimos dias em Luanda.
Hipocrisia? Sim, vejamos como a UNITA vem publicamente solidarizar-se com os manifestantes, quando estavam lá dirigentes, deputados, e ativistas oriundo da constelação da clandestina FPU, confirmando-se, como habitualmente, os comandos dos mandantes à distância, no conforto luxuoso, via telefone, sobretudo o bacharel tirano psicopata intrujão ACJ “Betinho” e o soba imperador do Mbalundu, Lukamba “Miau” Gato, que simultaneamente disseminavam para o mundo os momentos da desgraça.

Hipocrisia? Sim, tomamos os comunicados absurdos, manipuladores, de terrorismo camuflado, sempre com o incentivo da revolução permanente, mesmo que se multipliquem as vítimas, afinal são os outros, porque os dirigentes sabem-se seguros pela autoridade da Ordem Pública. 

Senão vejamos: 
O comunicado distribuído publicamente pelo Partido;
“Neste momento de perturbação da ordem social, a UNITA e o Bloco Democrático apelam à calma e ao discernimento dos cidadãos. Exortam a população, particularmente os jovens, a não se deixarem instrumentalizar nem enveredar por práticas que comprometam o seu futuro e o de Angola em geral”.

O mesmo comunicado publicado por Mihaela Webba no Facebook;
“Neste momento de perturbação da ordem social, a UNITA e o Bloco Democrático apelam à calma e ao discernimento dos cidadãos. Exortam a população, particularmente os jovens, a não se deixarem instrumentalizar nem enveredar por práticas que comprometam o seu futuro e o de Angola em geral, confiando que a força unida do povo saberá encontrar na pressão democrática consequente a via para ultrapassar a profunda injustiça prevalecente”.

A UNITA sempre teve duas posturas, já é velho, eu mesmo recebi ordens muitas vezes nesse sentido, em Porto Amboim, uma manhã estava a negociar com o MPLA, com o Gonzaga, o Sabalo e o Nito Gama, e o Muzuri e o Cussya a prepararem o conflito nessa noite, controlando a estrada em construção até Cabo Ledo, na fazenda Marques de Freitas.

Este fim de semana tivemos em Luanda uma operação assente na táctica político/militar, com todos os ingredientes das práticas antigas, afinal são os mesmos protagonistas, estamos declaradamente numa actitude de assalto ao Poder, e a primeira conquista será levar o Senhor Presidente da República vir a público legitimar a desordem, reconhecendo-a, sem que se esgotem todos os trâmites das hierarquias da tutela da Ordem Pública, que defendem democraticamente o Estado Democrática.

Nunca em Democracia o Chefe de Estado eleito democraticamente, pode ceder e negociar com arruaceiros, pelo contrário tem de combater o terrorismo e garrantir o integral respeito pelas Instituições do Estado.

Seria útil, obrigatório, que a senhora Presidente da Assembleia Nacional, e a Maioria Parlamentar, discutam e debatam o País, e que se aprove uma Moção de Confiança, e que o Ministério Público assuma o seu papel ouvindo os meliantes insurretos e catalogá-los para possíveis reincidências futuras.

A conclusão que tiramos de todos este infeliz e trágico carnaval, é que além de desfraldar a ideia matriz da oposição tentar bloquear a governação, todos, mas mesmo todos perderam, Angola perdeu, mais feridas se abriram, mas não tarda, teremos os mesmos agitadores, impunes, a lançarem os jovens irreverentes na sua juventude, para mais uma aventura,das quais se alimentam e se profissionalizaram.

Uma palavra de solidariedade às vítimas, um reconhecimento e agradecimento às Forças da Ordem, e um incentivo à liderança do Senhor Presidente da República, na firmeza convicta de assegurar o caminho da Nova República.