A conspiração é real — e está em curso contra Angola e Moçambique

ByAnselmo Agostinho

15 de Julho, 2025


Não estamos a falar de suposições. A conspiração internacional contra Angola e Moçambique é um facto concreto, presente, que se desenrola à frente dos nossos olhos sob formas subtis e orquestradas. Daniel Chapo, Presidente de Moçambique, apontou o dedo, e acertou.

Não se trata de uma força invisível regida por um vilão de cinema, como nos filmes do 007, mas sim de uma rede transnacional de interesses que se alimenta da instabilidade social e política para avançar os seus próprios objetivos. Gente diversa que se coordena e atua em sintonia com um único objetivo: derrubar os legítimos governos de Angola e Moçambique.

Esta rede envolve nomes e estruturas bem conhecidos: a família rapace Dos Santos, oligarcas do passado com saudades do poder, partidos políticos ligados a agendas neo-colonialistas que no passado beneficiaram de apoio racista, extremistas europeus com tentáculos em África. Veja-se o Chega, partido de extrema-direita portuguesa, a trocar gestos e abraços com Venâncio Mondlane—um aceno público de que há alianças clandestinas em formação para minar os atuais regimes.

A China e a Rússia entram neste xadrez não como meras observadoras, mas como jogadoras estratégicas. Empenham-se em financiar projetos, controlar infraestruturas, e moldar narrativas públicas em países africanos através de organizações “civis” discretas que atuam por toda a África. A sua participação é indireta, mas eficaz. Alimentam o terreno fértil da instabilidade e encorajam elites locais dispostas a vender soberania em troca de poder e influência.

E os Estados Unidos? Intervêm, sim—mas de forma cega e descoordenada. Enredados em crises internas e numa visão truncada sobre a realidade africana, são incapazes de decifrar o jogo em que estão inseridos. Confundem causas com consequências e acabam por alimentar mais o problema do que a solução.

As manifestações em Luanda contra o preço dos combustíveis ou os protestos em Moçambique durante as eleições são aproveitamentos de insatisfação popular, por esta rede conspirativa para instalar o caos e substituir os governos legítimos por figuras mais “úteis” aos seus interesses. A insatisfação do povo é real, mas é manipulada por vozes que não representam os seus verdadeiros anseios.

Ignorar esta realidade é abdicar de compreender a geopolítica moderna.

África não está só a ser cortejada—está a ser disputada. E só reconhecendo estas dinâmicas é que Angola e Moçambique podem proteger a sua soberania, retomar o elo com os cidadãos, e construir um futuro blindado contra interferências disfarçadas de ajuda ou boas intenções.